sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

"Nada é Real" (JL)


Existe uma máxima na ciência da economia: para cada economista explicando um fato ocorrido à luz de uma teoria econômica, haverá outro economista dizendo exatamente o contrário, e igualmente embasado (recebi um mail em que um tal Giancarlo manda essa, levei mó fé!).

Ou seja, na minha lista de profissões antipáticas acaba de ser inserido mais um: o economista.
Não, não! Os "especialistas de economia"! Esse sim, é medonho!

A capa da Revista Exame dessa semana questiona justamente isso: a confiabilidade das “análises” desses especialistas.

E não digam que eu me valho da imprensa pra fundamentar minha implicância, e que isso seria uma contradição.

Primeiro porque contradição “pode!” (igual aquele Gordinha pentelha do Zorra Total) e, segundo, porque a mesma revista se vale da análise desses especialistas, logo, avalio com receio.

Semanas atrás, a manchete era: “crise, ó que desgraça, a crise!”.

Hoje, se põe em dúvida o tempo de duração, a profundidade e os impactos dessa mesma crise no mundo e no Brasil. Não há quem se entenda.

Aliás, eu não quero é entender muito não: não sou economista, me atrevo a comentar porque a TV enche com essa conversa. Comungo com a opinião da foto do outdoor.

O meu guru, Namy Chequer, teve uma voz lúcida (sou muito imparcial, sabe?), mais ou menos desse jeito: “a Globo é um emissora suicida (com voz fina)!!! [...] ela depende de anunciantes e fica pregando ‘crise, crise, crise’ ... Ora, assim ninguém compra, o cara pára de anunciar e ela fecha as portas!”

Quem me dera, Namy...

E é exatamente o que prega, em uníssono, o Fanfarrão da República, o molusco que nos guia, mas que é O cara: “compra rapaziada, compra Tv de plaxxma, compra New Beatle, compra escova de dentes a pilha, massageador pélvico, compra, compra, compra que é natal, hohoho!”.

Mas o feeling é de que é tudo muito especulativo, que me valha Nossa Senhora da Penha!

Diante desse quadro, fico com o dizer do meu pai: “a perspectiva da apurrinhação é pior do que a apurrinhação propriamente dita.” E complemento com Rubem Braga, comentando a história da saúva acabar com o Brasil no idos dos anos 50: “esse pessoal é muito afobado”.


Rapaziada, bora trabalhar, e se a crise trouxer problemas para alguma empresa ou para você, aqui tem um advogado!







MÚSICA A CALHAR:

“Living is easy with eyes closed/ Misunderstanding all you see/ It´s getting hard to be someone / But it all works out / It doesn't matter much to me.” (Strawberry Fields Forever – Bitous)

PS.: me valhi de muita gente nesse hein!

sábado, 22 de novembro de 2008

Simples Birra

Lennon à época do lançamento do álbum Revolver e da polêmica (1966): esse rapaz é um mal elemento!




Quem já me conhece um cado sabe que eu torço o nariz para algumas profissões, principalmente para os entendedores de computador (as empresas que produzem anti-vírus são as que criam os vírus, ninguém tira isso da minha cabeça), e os jornalistas.

Pra mim jornalista é uma racinha sinixxxxtra, manipulam a opinião pública de acordo com seus interesses, não há nada mais sórdido.

Há quem diga que, além do Legislativo, Executivo e Judiciário, a Opinião Pública é o quarto Poder (há quem diga que o Ministério Público é o quarto Poder...). Faz sentido, se todo o Poder emana do povo, a opinião deles deve ser poderosa... por isso, quem manipula esse "Poder", de acordo com seus interesses, é digno de medo.

Essa é a imprensa.

Ontem foi noticiado algo interessante: John Lennon foi “perdoado” pelo Vaticano por ter dito que os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo.

Willian “Cardoso Serra” Wack disse, como premissa, que umas das mais famosas frases do Séc. XX havia sido perdoada: “Os Beatles são mais populares que Jesus Cristo”.

Ora, se isso é uma premissa, o Wack sofismou, pois Lennon fez tal afirmação.

O que foi feito pela imprensa norte-americana, contra o Herói da Classe Trabalhadora Inglesa, foi uma campanha de “desprestígio”.

O que Lennon disse, naquela época, e que tem sido reproduzido, ao longo dos anos, TOTALMENTE FORA DE CONTEXTO, é que a juventude, cada dia mais, tem se apegado menos a valores Cristãos e utilizou os Beatles como um exemplo. Ele poderia (palavras de Lennon) ter utilizado o exemplo da televisão, e hoje, poderia se falar em Raves, Micaretas ou BBB.

Lennon não mentiu naquela época. Falou verdade e foi crucificado (!!) por radialistas de meia idade, do centro sul norte-americano (nossa, quantas direções!), de forte tradição Protestante.

Foi um gancho. Foi uma saída para banir os Beatles dos EUA. Assim como Elvis Presley se uniu a Nixon para fazer mais tarde (“Os Beatles eram nocivos para a juventude americana”), ou ainda, o próprio FBI e CIA contra Lennon nos anos 70.

Não é o Vaticano que tem que perdoar Lennon por algo que ele não disse. Desconheço manifestações Católicas a respeito, mas sei que os Protestantes sim, chiaram um cado, acho que essa galera que pegou mais pesado (promoviam queima de produtos dos Beatles, que acabaraiam sendo re-comprados pelos jovens - e tome din-din).

No caso, acho que é a imprensa que tem que fazer sua mea culpa (sonha Marcelino...), pela falta de ética e oportunismo em por o maior gênio da música do Século XX numa situação complicada, que, aliás, o engrandeceu.

Esclarecer, né? Mas nunca...

Se o Vaticano se pronunciou, reconhecendo a grandeza dos Beatles e de Lennon, ponto pra minha religião.

E mais, se eu uso um espaço público para manifestar e defender as idéias de meu interesse, eu tenho que concordar um pouco com a imprensa. Só não ganho dinheiro com isso, ainda!

Ah! Eu não comungo com 100% das idéias de Lennon não, tá, gente... nem do Vaticano, e muito menos de William Wack.







MÚSICA A CALHAR:
“I don't believe in Jesus; I don't believe in Kennedy; I don't believe in Buddha; I don't believe in Mantra; I don't believe in gita; I don't believe in yoga; I don't believe in kings; I don't believe in Elvis; I don't believe in Zimmerman; I don't believe in Beatles; I just believe in me…” (God – John Winston Lennon)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A verdadeira recíproca.

O Rei babilônico Hamurabi é reconhecido por seu pioneirismo. O monarca foi quem inaugurou o modelo de obediência a um regulamento editado: o “Código de Hamurabi”. Escrito num monumento de pedra de 2 metros de largura por 2,5 de altura, exposto em público, o código regia dos tributos da Babilônia até o divórcio daquelas pessoas. O ponto que, ainda hoje, é exemplo de comportamento recíproco está na parte penal: A Lei de Talião (olho por olho, dente por dente), ou seja, o delinquente sofrerá o mesmo dano causado ao ofendido (olho, dente… imagina o resto!).

Cerca de 1500 anos mais tarde, o mais famoso pensador chinês, K’ung‑fu‑tzu (551 a.C. - 479 a.C.) - ele mesmo, o Confúncio -, quando indagado como resumir um código de comportamento, pensou e, após alguns minutos, respondeu,: “Reciprocidade”.

Ao andar mais 500 anos na linha da história, deparamos com um jovem nazareno que caminhava pelo deserto da Palestina pregando: “Não faças aos outros aquilo que não queres que te façam”.

Antes dele, Moisés carregou um presente de Deus! A Tábua dos Dez Mandamentos (coitado dele, era uma tábua de pedra e pesava pacas!), quem se lembra do primeiro?

Reciprocidade: essa é a palavra!!

Reciprocar, para Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (tio do Chico, que foi concebido em Cachoeiro) é “dar e receber em troca”.

Toda a retórica acima serve apenas para fixar uma premissa (um exemplo de onde devemos partir) para os nossos compromissos, para se viver com eticidade em todas os setores da vida. Convenhamos, esse mundinho ta tenso!

É todo mundo querendo levar vantagem, ninguém cede nada ...

Sabe o que falta nas relações? Iniciativa ... falta a pessoa pôr o dela na reta e falar: “comigo é assim! Se for para o bem geral, me sacrifico, ô porra, sô!”

Os mesquinhos dizem que o certo é dizer “grato” ao invés de “obrigado”. Pois obrigado impõe retribuição, recíproca, enquanto grato denota apenas o sentimento de reconhecimento, sem retribuir. Ha-ha, falou, exxxpertão!!

Então você quer ser meu amigo? Sim!? Obrigado!






MÚSICA A CALHAR:
“Would you belive at a Love at a first sigth? Yes, I`m certain that it happens all the time.
What do you see when you turn off the light? I can tell you, but you know is mine…” (With a Little Help From My Friends – John & Paul – Bitous)

Escolha a versão, amigo:
http://br.youtube.com/watch?v=klQ4ohwLqNo
http://br.youtube.com/watch?v=jBDF04fQKtQ
http://br.youtube.com/watch?v=6FMq0iDX1yE&feature=related

Acontece, um dia a ficha cai.


Foto by Elisa Lucinda. Mas, com loira mal focada lá atrás, de biquine vermelho.




Não é só Cachoeiro que é celeiro de cultura no Espírito Santo. Vitória também tem quem preste (não estou falando de Carlos Bona, Banda Woops ou Carlos Papel).

Para quem não sabe, a Elisa Lucinda é de Vitória.

“Pô, mas quem é essa?”, pode perguntar o leitor desavisado.

Para um descrição que não a resume, mas que facilite, digo que ela é uma atriz global, entre seus últimos trabalhos está o de protagonizar uma enfermeira, numa novela das 8, onde era mulher do Paulo César Grande (que parece que uma vez chegou a se casar com a Susi Rego, mas o tabelião se negou a alterar o nome de registro civil da moça)… enfim, se não sabe quem é ponha no google images e sinto por sua ignorância.

Estou falando dessa moça porque ela, em dois momentos, me ensinou alguma coisa … primeiro, foi em 2001, quando me aproximei dela, na praia de Itaúnas, e pedi que ela tirasse uma foto da galera, com a condição de que enquadrasse uma loira que estava pegando sol ali por perto…. ela fez uma cara de ódio, mas tirou a foto!

Nessa oportunidade, com apenas uma feição, ensinou que mulher não é só bunda e que eu deveria conhecer mais os talentos capixabas (sim, porque ao me aproximar, ela deve ter achado que eu era um fã, mas, na verdade, não sabia quem era ela…).

O segundo ato foi quando fui numa peça dela (dessa vez, fui acompanhado de uma loira, embora prefira morenas … mas a gente faz o esforço). Nome: Parem de falar mal da rotina.

Cara, me identifiquei do início ao fim … desde os hábitos de querer escutar as conversas ao redor, até a visão positivista (de positivo, legal, não de positivo, chato, de Direito!), a de encarar a rotina como uma dádiva com a qual podemos brincar e rir!

Sim, essa capixaba é cheia de lições … devemos admirá-la(s), ela é multimídia: roteirista, letrista, poeta, atriz … faz de tudo e faz sucesso!

Bem, eu não reclamo da minha rotina. Mentira, já reclamei muito, mas com a mensagem da Elisa, diminuí bem!

E tem mais, minha rotina mudou! Aliás, me falaram que eu nem rotina terei mais …

Adeus, IEMA (“…pior que a lacuna técnica, é o hiato emocional…”) ! Estou de volta Walmir!

Um brinde ao IEMA (Glorionha, Sueli e demais, com elas o meio ambiente capixaba está em boas mãos, acreditem!), à advocacia privada e à Elisa Lucinda, seu sorriso e suas idéias!







MÚSICA A CALHAR:
“Eu já não sei se sei de nada ou quase nada. Eu só sei de mim, eu só sei de mim, só sei de mim. O patrão nosso de cada dia, dia após dia…” (O patrão nosso de cada dia – João Ricardo – Secos e Molhados)



sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Testa de bêbado não tem dono. Aliás, tem...

Já advirto ao leitor: sem dúvida, esse é post mais infantil, tosco e desnecessário que tem por aqui.

Recordar é viver e, nos meus 28 anos de vida (caprichadamente vividos...), já ri, sorri e gargalhei muitas vezes, mas nunca como numa noite de janeiro, verão de 1995.

Naquela época, com uns 14 anos, não se saia para as ruas, para as noitadas (talvez esses pré-adolescentes de hoje o façam...), por isso, eu e minha turma inventávamos as mais inusitadas brincadeiras, na varanda da casa em que sempre passei o verão, que é na avendia principal de Marataízes.

Caixa de papelão com paralelepípedo dentro e latinhas de alumínio, em pé, devidamente preenchidas de urina, para que os sabidões chutassem e percebessem que foram enganados, eram as traquinagens mais comuns ... a gente se deleitava empuleirados no “muro da maldade”!

A farra era tanta que minha mãe, uma vez, saiu de camisola e despachou um a um para suas casas ... meu avô, coitado, certa vez, saiu de pijama falando: “Victor, vamos acabar já com essa Chacrinha!” (pareço uma criança falando assim...).

Pois bem, voltando àquela noite, a brincadeira tinha sofisticação cinematográfica ... consistia em avistar uma vítima que vinha pela calçada, a uns 30 metros, mastigava-se Cream-Craquer até ficar farelo, enchia a boca dàgua e simula-se um vomito no pé de quem passava ... nojento, mas quem que agrediria alguém que está em casa e vomitou na calçada, um pobre adolescente que, supostamente, iniciava uma vida alcoólica?

Numa dessas investidas, vimos um ser trôpego se aproximando ... na verdade ele dava uma dessas piruetas de balé (um padedê, sei lá...), logo, pediu, né? Fez jus...

Estávamos lá em uns oito, que eu me lembre... daí fiz o procedimento, esperei o Barichinickov chegar e pimba ... soltei tudo na reluzente bota de couro daquele careca, baixinho, bêbado e mineiro (quem respeita um cara com essa descrição e que, ainda por cima, dança balé?) ...

Para justificar o “mal estar e a golfada”, a pessoa que me “acudia” (Orlandinho) atribuiu aquilo a uma, digamos, experiência sexual com uma mulher pouco higiênica ...

Ao ouvir aquilo, a vítima da brincadeira, prontamente, fez pose de quem segura uma guitarra, e com a boca, um riff do instrumento, e pôs-se a cantar:

“ C*zinho fedendo, c*zinho fedorento ... (2x)
Há chulé a bordo dos seus pés!
Jô Soares, Xuxa Meneguél...”

Sim, uma poesia digna de causar admiração (ou inveja) em um Chico Buarque ...

Resultado, todos nós nos identificamos com a espirituosidade daquele pobre mineirinho (de uns 25, 30 anos), e demos corda, óbvio!

Em determinado ponto da conversa, após rirmos de outras canções de sua autoria e de outras coisas que não me lembro, comentei com alguém: “esse cara merece um prêmio! Vou oferecer um uísqui, dependendo da reposta, ele leva!”

Então:
“Ow! Vem cá? Tá muito bêbado ou quer um uísqui?”

E ele:
“Eu... (com pausa) adoraria...” e sorriu...

Bingo, levou!

Fomos e servimos a dose, cowboy, e preenchida com alguns pelos pubianos daqueles adolescentes criativos ....

Ele bebeu num só gole e disse:
“Nossa! Desceu arranhando!”

Numa outra hora, Joelhão pôs um cigarro a boca para acender (meninos de 14 anos fumando...)... o mineirinho-vítima, prontamente, desfere um golpe qualquer e passa com o pé a um milímetro do cigarro, dá um rodopio e escorrega no vômito simulado ... cai de bunda, quica umas três vezes no chão ...
Um absurdo! Tentativa de agressão não dá!

Daí, dissemos:
“Ta louco, rapaz?! Nós vamos chamar a polícia agora!!”

E ele:
“Ah é? Vocês vão me prejudicar, é? Querem acabar comigo? Eu vou me matar!”
… e desferiu uma cabeçada no muro, na parte de madeira, bem em cima de um prego mal batido ... resultado: ferimento e sangue escorrendo ...

Eu, chocado com a cena, e com toda a bondade e boa intensão que me caracterizam, disse:
“Ei! E agora? Terá que igualar o outro lado da testa, assim não pode ficar ...”

Não é que o cara deu mais três ou quatro testadas no muro? Mas dessa vez, errou o prego e não teve sangue, só um galo!

Depois disso, o cara seguiu, foi embora rumo ao norte.

No outro dia, coincidência, saí de casa e ia rumo ao sul ... era umas 11h e vi o mesmo cara vindo ... com a mesma roupa, todo sujo de areia de praia (quando nos encontrou, de noite, ele tinha boa aparência) e sem as botas, coitado ... e o sangue seco na testa inchada? Nussa, daquela forminha tava o rapaz... judiado!

Eu passei ao lado e disse:
“C*zinho fedendo, c*zinho fedorento...”

Ele se virou pra mim, sorrindo e sóbrio, e disse:
“Nossa! Tava muito doido ontem hein, não lembro de nada!”

E eu: “Que nada...”


Transportando-nos pro dia de hoje, final de semana taí, sua cabeça é seu guia... sempre é bom lembrar: final de semana é para descançar, na teoria... RIMOU!





MÚSICA A CALHAR:
“O que não falta é tatu, prá me levar pr'o buraco....” (Pequinês E Pitbull - Gabriel Moura, Jovi Joviniano e Aranha - na voz de Seu Jorge).

É preciso dar vazão aos sentimentos...

Como é o nome desse sentimento?
"Qual?"

Desse, que vem ao final do dia e que nos (me) faz sentir, perceber, que agimos como bobos em determinada situação?
Desse, que nos faz refletir e ver que da próxima vez será diferente. E se essa próxima vez não vier, eu a busco pelas orelhas.


“Já sei! Constrangimento!”
Não, não...sem recorrer à frieza dos dicionários (aliás, o que se quer aqui é não ser frio), presumo que esse aí seja instantâneo e momentâneo, ou seja, não venha somente como produto de “final de dia”.


“Ah! É vergonha, então! “
Nitz, cala a boca! Vergonha é produto do errado!


“Hum, é raiva, então! Ora, com esse papo de buscar pela orelhas ...”
Eu vou é te dar um catilipapo no pé da orelha! Raiva é isso, dar uma bordoada!

....................................................................................................................................................
A consciência e o senso de Justiça é o que nos difere dos animais, em geral, agir por impulso não traz bons resultados ... A Justiça sempre vem, depende de nós ... o que te acanha, o que te move, o que te pertuba, tudo entra na conta. Assim, mantenha a cabeça fria (dessa vez a frieza cabe) e que o produto dos seus atos seja sempre positivo.

A propósito, o sentimento, produto dos produtos, é o Amor Próprio!






MÚSICA A CALHAR:
“Sees the sun going down, And the eyes in his head, See the world spinning 'round.” (The fool on the hill – John Winston Lennon / James Paul McCartney)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Conta outra!

Quando se fala em escândalos políticos, dizem que o povo tem memória curta. Não sei se é verdade, às vezes a sucessão acontecimentos é tão intensa que acaba por gerar um excesso de informação (é muita informação!), ou ainda, a classe política é tão desacreditada, que não resta ao público outra solução senão abstrair.

Infelizmente essa é a nossa cultura, repleta de seres nefastos que não estão nem aí pro contribuinte, me parece que é essa a lei.

O que gostaria de fazer aqui é um exercício de rememorar fatos da história recente do nosso estado (essa fazenda que é o Espírito Santo), sem citar nomes, mas fontes.

A constatação que chega é surreal! A certeza de impunidade é evidente ... as figuras que se envolvem com os fatos deveriam (de dever mesmo, estou falando de Direito!) ser uma coisa, mas, segundo foi noticiado, teriam agido de forma diametralmente oposta.

Pois bem, houve (?) um tempo que uma organização fazia lei aqui no Estado. Essa organização tinha como membros desde autoridades constituídas até pistoleiros.

O fato é que essa organização, que foi alvo de uma dissolução judicial, oficialmente, não existe mais.

Essa organização “filantrópica”, em verdade, era pára-militar, o que a Constituição Federal não permite.

Por ter essa característica, precisava estar munida, na acepção exata do termo.

Dentro desse contexto, certa vez, um cara muito popular no estado, há uns dez anos, foi preso com um carregamento de armas de usos exclusivo do exército.

Para soltá-lo, e para que as coisas ficassem “tranqüilas”, a cúpula da política capixaba se mobilizou.

Membros do alto escalão do Executivo; Legislativo e Judiciário trabalharam e o rapaz das armas estava solto.

Salvo engano, mas como citado em alguns jornais, me parece que os líderes dos três Poderes constituídos (em verdade, aqui havia um quarto Poder) neste estado mexeram seus pauzinhos.

Quem não tá morto, tá livre, solto e no Poder ... nauseante, cara!

Bem, é só um registro: registro de que sou bobo falando disso, ou registro do que poderíamos nos envergonhar ...


Para mais detalhes:
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos/iq100720022.htm
http://www.anpr.org.br/portal/index.php?option=com_content&task=blogcategory&id=75&Itemid=159
http://www.terra.com.br/istoe/politica/1999/10/01/000.htm




MÚSICA S CALHAR:
“Não há possibilidade de viver com essa gente, nem com nenhuma gente, nem com nenhuma gente, a desconfiança te cercará como um escudo, pinte o escaravelho de vermelho.” (O Hierofante – Secos & Molhados – João Ricardo e Oswald de Andrade)

Vem chegando o verão ...




Porque uma imagem vale mais que mil palavras!

O modelito cai muito bem! Arrocha um pouco, é verdade, mas a sensualidade e o sexy appeal que me traz compensam!
Aí vai a nossa homenagem a Sacha Noam Baron Cohen o doido que interpretou o Borat e que no filme demonstrou um raro senso crítico ... é disso que precisamos!
Aflorar e afinar nossos "sensos", deixar de engolir a comidinha que eles nos empurram ... todo mundo é PF ou sequestrador relempago, até que me prove o contrário!
Hoje em dia, como diz Cassandra, vivemos uma sociedade de extrema vigilância, e câmera de cá, de lá... até que ponto isso é bom? Todo dia lemos: "são mais 389 câmeras na rua tal, na praia tal, na rodovia tal..."
Desconfie sempre, você não pode se dar conta do quão somos vulneráveis (ai que meda!)!!!






MÚSICA A CALHAR:
"[...] não demora muito agora, todas de bundinha de fora [...]" (Uma noite e 1/2 - Marina Lima - Renato Rocketh).

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Justiça seja feita...



... hoje, em 19.09.2008, havia um sem número de garis; carrinhos e toda a parafernália de limpeza pública no trecho da BR 262 abaixo citado... que bom! Parabéns Prefeito! O que que uma véspera de eleição não faz, hein!?
O aspecto ainda é sugismundo, mas já houve melhora! Tenho que registrar (fotos do dia 22.09.2008).

PS: no dia 19.09 fomos almoçar de carro, mesmo assim!




MÚSICA A CALHAR:
"Mas não, mas não, o sonho é meu e eu sonho que deve ter alamedas verdes. A cidade dos meus amores, e, quem dera, os moradores e o prefeito e os varredores fossem somente crianças." (A Cidade Ideal - Saltimbancos - Chico Buarque).

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Um lixo de passeio!

Trabalho no IEMA desde agosto de 2006. O órgão é em Cariacica, BR 262, na altura de Jardim América. A estrutura do IEMA é bem legal, arborizada, arejada, mas o lugar da cidade onde se situa não é dos melhores, à beira de uma BR, muito pouco agradável e humanizado (inóspito mesmo!), mas são ossos do ofício, ou se preferir, “é osso!”.

No início sempre íamos almoçar a pé (no Baiano, também chamado Mosca Frita. Mas o Baiano é Carioca, assim como o Mineiro, outro restaurante, AKA Morte Lenta, é Capixaba). Afinal, é muito bom tomar um sol, largar o sedentarismo e nos privilegiar dos demais benefícios de uma caminhada com mais de cinco minutos. Ali interagimos com os outros setores do IEMA e com a gente mesmo, do Jurídico.

Entretanto, a caminhada é tão tosca, que as meninas resolveram que não mais enfrentariam aquele percurso sujo, de esgoto a céu aberto e ratos mortos, não antes do almoço.

Passamos algum tempo indo de carro, mas nas últimas semanas voltamos a fazer o passeio rumo ao almoço ... nada mudou! A caminhada continua grotesca.

É muito lixo no caminho (nas fotos abaixo, não sei se dá pra sacar), é um verdadeiro vazadouro de resíduos sólidos, só faltaram os nobres urubus.

Será que o que que (quanto "que"!) o Município diria? Não sei, fiquei curioso... só sei que nunca vi serviço de limpeza pública por lá. Minto, uma vez vi, um só cara, sem carrinho, e com um espetador (tipo de desenho do Zé Colméia - e o cara até que parecia com o Catatau...). Mas vem cá, o que que (recorde de "ques") esse cara vai fazer com um espetador? Não respondam!

























MÚSICA A CALHAR:
"Eu sou a mosca que pousou em sua sopa; Eu sou a mosca que pintou prá lhe abusar" (Mosca Na Sopa - Raul Seixas).

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Paradoxo débil!

Se tem algo que me atrai é a paradoxilidade. A dualidade das coisas é intrigante e leva a diversas reflexões, sem dúvida.

Quem dirige pelas manhãs de Vitória já deve ter notado pelos canteiros das ruas da cidade (canteiros que ficam no centro, olha um paradoxo aí!): o Poder Público Municipal (prefeitura, para os leigos ...) espalha cones em proteção a operários que estão sempre ajeitando, melhorando, punhetando as "floresinhas" (neologismo, acho mais engraçado!) desses tais canteiros.

Tudo bem, Vitória é linda, e fica ainda mais com isso ... mas sempre me pareceu certo exagero.
Outra coisa que sempre me intriga, são as pessoas-mastro (Uepa! Não é isso q você está pensando, mente poluída!), são aquelas pessoas, coitadas, que se prestam ao degradante serviço de abanar bandeiras em campanhas políticas. Mas não é culpa deles, foi o que lhes sobrou do mercado ... Poxa, é muito pouco inspirador (mas me inspirou, outro paradoxo!) ficar balangando bandeira pros outros, por alguns reais, duvido que alguém ali se identifique com os idéias daquele candidato, duvido! Mas eles têm que comer (os mastros e os candidatos), isso é fato!

O que quero dizer é que hoje essas duas coisas intrigantes se uniram de uma forma curiosa, eufemisticamente falando.

As pessoas-mastro balangavam suas bandeiras com o entusiasmo habitual de velório, umas trinta, todas perfiladas em cima dos canteiros centrais, gramados e floridos, da Avenida Vitória (em frente à Escola Técnica), eram “partidários” de um candidato a vereador (legislador municipal que, entre outras atribuições, tem a responsabilidade de fiscalizar o Executivo, lê-se, gastos desse Poder). Mais adiante, pasme, uns quinze metros depois, lá estavam eles: os punhetadores de florzinha, com seus cones que estreitam e complicam o já irritante trânsito de Vix.

Sem dúvida, estava diante do seguinte paradoxo: o candidato a fiscalizador do gasto do Executivo pisoteando, literalmente, o dinheiro público...

Fico pensando, será que as pessoas são tão chatas como eu? Será que eu sou mesquinho? Ou será que estou cercado de dementes que não sabem patavina de rigorosamente porra nenhuma, eu vou dizer, hein ... voto obrigatório é uma merda!

Do Houaiss (p. 2883), voto: "modo de manifestar a vontade ou opinião num ato eleitoral ou numa assembléia." E é obrigatório? Paradoxal!




MÚSICA A CALHAR
“Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.” (Pra não dizer que não falei das flores - Geraldo Vandré - na voz de Zé Ramalho).

domingo, 7 de setembro de 2008

Dia 27 de julho de 2008: Vento, carrapatos e o cano negro.

O relato que segue foi produzido ainda no calor da emoção do pós sequestro que sofri, nada mais apropriado para relacionar com o nome do Blog. Espero que haja mais humor nos próximos posts! Não reparem a forma e os erros, foi um ctrl C + ctrl V que fiz duma conversa de msn!

"sofri um seqüestro relâmpago em pleno marataízes
passei um mega aperto
tava saindo do rock, um pouco mais cedo (3 am) pra acordar mais trank e ficar com a família
dava um mix ao lado do meu carro, aí dois caras se aproximaram e qnd percebi, o berro já tava na minha cara: "perdeu playboy, pra dentro do carro, kd a chave?"
“bora pra um caixa”
nenhum caixa aberto
“me dá tudo”
cordão, 2 celulares, o casaco da adidas, 15 conta q restavam na carteira
me levaram pra um cativeiro onde fiquei amarrado
até os caixas abrirem
rodaram rodaram, pra eu perder a noção de onde estava
mas eu sabia sempre onde estava
acabamos saindo da casa e parando em quebradas nas lavouras de abacaxi
e eles fazendo uma baita pressão psicológica
“qq vc tem mais? vamos te matar, ouve o barulhinho da arma ...”
botavam o cano na minha cara, mexiam nela e tals, batiam na minha cabeça com o cano
deram um tiro pra eu ver que não era de mentira
botaram pressão mas eu não tinha mais nada mesmo
só tinham 400 disponíveis na conta
aí eles tentavam decidir o q fazer comigo
acabou q eles falaram q uma pessoa ia ficar comigo
com a arma apontada e eu fiquei vendado, amordaçado com as mãos e as pernas amarradas numa cerca, numa lavoura
friaca do caralho e eu só de blusa
tenho minhas dúvidas se tinha alguém comigo
só sei q voltaram em 40 minutos, reclamando "mixaria"
me desamarraram e me mandaram vazar ... e disseram "vc terá seu carro ainda hj" ... as 7 eu tava livre, mas até q acha carro chama polícia, faz o BO na PM e presto as declarações pra fazer o IP na civil, só cheguei em casa 13:30"

Atualmente dois deles já estão presos, um confessou, e consegui recuperar alguns bens levados ... mas na mente ainda passa o filme do "Se"... sai prá lá "Se", eu to aqui agora, "Salvo!".

A experiência me revelou algumas coisas: não represente perigo ao seu algoz, tente captar toda informação que puder (inclusive imagens, cheiros e sons) e leve tudo à polícia (não esqueça de requerer perícia técnica, não destrua provas).


MÚSICA A CALHAR:
"Você com um revólver na mão é um bicho feroz, sem ele anda rebolando ainda muda de voz ... olha aqui cá pra nós" (Bicho Feroz - Bezerra da Silva).