quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Meio Homem, não é um.

Não, não é um texto homofóbico.

Certa vez, lá pelos idos de 1989, eu na 3ª série, com 09 anos, lia um livrinho desses de escola quando me deparei com a expressão “meio termo”. Não a compreendi.

Na sala de aula perguntei à professora (Tia Ângela, talvez), mas ainda assim não fui capaz de compreender o significado daquele termo.

Os anos foram se passando e eu fui vivendo. Minha mãe sempre dizia: “Tudo de Victor é muito!” “Quando ele quer algo, ele quer muito!”.

Assim foi com os Beatles, com o Flamengo e com bonés da NBA.

Ou seja, um cara 8 ou 80. Sem meio termo, coisa que minha cabecinha dura demorou tanto a compreender.

Mais tarde, ao entrar na Faculdade de Direito, comecei a ver como se desenvolvia a ratio humana. Como se criam mecanismos para atender os anseios da alma.

Por exemplo, o Processo, meio para se chegar mais próximo da verdade, é composto de partes: Autor, Réu... O Estado-Juiz é o ente criado para compor os conflitos de "verdades".

Se você samear uma bordoada na fuça do sujeito que te lesou, você vai preso! O certo - a grosso modo - é lançar mão do aparato jurisdicional para que um magistrado expeça um mandado de prisão para que, aí sim, oficialmente, a polícia sente a borracha (sem visões românticas, por favor!).

O Estado-Juiz, no início e no fim das contas, é o aplicador do meio termo. Diante de realidades extremas (Autor x Réu) ele diz a lei e, de preferência, ajusta os interesses e chega a um termo razoável. Dar razão a quem tem razão, mas antes, incentivando a conciliação. Conciliar é chegar a um meio termo.

Opa!! Sem visões românticas!! O Estado-Juiz faz isso? Sim, faz isso. Desde que você contrate um advogado filho de Desembargador.
Generalização a parte e que me desculpe o Juiz De Sanctis.

Um membro corrupto do Executivo ou do Legislativo é intragável. Mas um do Judiciário é pior ainda, porque é ele quem diz a lei no caso concreto, é ele, em última análise, quem vai julgar aquele membro do Executivo ou do Legislativo.

Para o homem (na acepção moral do vernáculo), com corrupção não há meio termo, não existe um meio corrupto. Aí é 8 ou 80, 2 + 2 =4 e ½ = 0.



MÚSICA A CALHAR:
“Take time with a wounded hand / 'Cause it likes to heal, I like to steal / I'm half the man I used to be / This I feel as the dawn / It fades to gray / Well, I'm half the man I used to be” (Creep – Stone Temple Pilots).