quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Mané é mané.

Aloísio Dantas teve uma criação relativamente católica-radical. Isso porque, embora sua família fosse de cristãos fervorosos, não era obrigado a compartilhar daquela fé.

Ainda sim, ao seu jeito, teve muito contato com a fé bíblica. Isso fez construir nele um temor ao metafísico. Essa papo de milagre; possessão e tudo que foge à compreensão filosófico-científica dava-lhe friagem nas ventas.

Pois bem, já adulto, e longe da prática religiosa por anos, em uma tarde qualquer de um domingo mais qualquer ainda, fora convidado por um amigo para ir a um agradável balneário próximo de sua cidade. A ida à praia seria seguida por uma jam session em determinada casa.

Chegou no lugar, parou o carro em frente à tal casa. Nesse momento teve um pressentimento: temeu que algum larápio arrombasse seu belo carro esportivo, nada obstante haver mais uns 4 automóveis na rua.

Com a certeza de que Deus o protegeria em relação ao seu patrimônio automotivo, tudo ia bem, a cerveja; o tira-gosto; as morenas faceiras; o mar e os guruçás.

Após todo esse deleite, foram para a tal casa.

Recepcionados por uma desconfiada senhora, entrou, ele, seu amigo, e mais 4 ou 5 pessoas que foram se juntando ao grupo na praia.

Estando pouco à vontade pela recepção cabreira, tomou um “soco no estômago” quando seu amigo o advertiu: “isso aqui é um terreiro de macumba, desativado....”.

“Desativado? Desativado os colarinhos!! Essas paradas não se desativam, vide os cemitérios indígenas...” Pensou Lolô, que assim era carinhosamente chamado pelos mais íntimos (não, Lolô não era gay).

O segundo jab em seu proeminente abdômen ocorreu no momento em que se deparou com uma imagem, em escala real, de uma entidade, que reverenciava quem chegava ao espaço místico em stand by.

Mais tarde foi esclarecido, tratava de uma estátua de gesso de Zé Pelindra.

Àquela altura temia que os “cães” farejassem seus medos. Especificamente, que os “spritos maslignos” sacassem que estava apavorado com o lugar.

Diante dessa situação miserável, tentou recompor sua moral espiritual e deu uma de cético: “é só uma estátua...”, e partiu em frente.

Ao passar na “linha de visão” de Zé sentiu algo líquido em seu pé. O cagaço voltou e Aloísio sequer teve coragem de olhar o chão para saber de onde vinha “água”.

Mais à frente foi verificar o pé, e notou uma consistência pegajosa no líquido.

Voltou à postura cética, superou o medo e foi verificar, discretamente, a origem do melaço de seu pé.

Não chegou a conclusão nenhuma. Não havia potinho para cachorro; vaso de planta e nem nada que pudesse molhar o chão. Muito pelo contrário, o solo não tinha indício algum de líquidos.

Pronto, o pavor se restaurava e a vontade de sumir do local foi interrompida por um pequeno bafafá que vinha da rua.

Pessoas resmungavam.

Todos que estavam na casa saíram para ter ciência da origem do quiprocó e logo souberam: vários carros da rua estavam arrombados, exceto um, o de Lolô.

Antes de descobrir tal “sorte”, Lolô sentiu mais uma paúra no estômago, correu em seu carro e descobriu que estava intacto.

Aliviado, entrou novamente na casa e dessa vez encarou Zé, ali descobriu um leve sorriso, maroto e monalisístico.

Diante de tantas emoções, não quis delongar sua estada naquele recinto. Tratou de inventar uma desculpa para ir embora, talvez tenha sido uma missa.

De qualquer sorte, foi embora na certeza de que Zé convencera os malandros a não tocar em seu bem.

Depois passou a achar isso mera coincidência, mais para a poesia do que para um feito sobrenatural. Só um fato ficou claro em sua mente: não acreditava em bruxas, mas que elas existem, ah, isso sim!











MÚSICA A CALHAR:
"and i composed myself / and decided i should face it / Then i stood paralized" - The Chemical Brothers - The Golden Path

sábado, 14 de agosto de 2010

A alma do negócio

Davi e Henrique estudaram juntos a vida quase inteira.

Muito amigos, passaram os primeiros dezesseis anos de suas vidas em companhia, na mesma escola, carteiras sempre emparelhadas.

Na época da faculdade, Davi foi estudar Economia em Viçosa/MG, Henrique fez intercâmbio e depois foi estudar administração em Londres.

Nunca mais se viram e o contato foi minguando ao longo dos anos.

Um belo dia, recentemente, Henrique viu Davi saindo de uma loja e esportes de um Shopping da cidade. Mesmo atrás da barba e óculos, reconheceu o velho amigo e o chamou acenando!

- Davi!!!

Meio tonto, o cara se virou e viu o antigo companheiro.

- Caralho! Henrique?

Davi exclamou, impressionado com o belo terno do amigo.

E então começaram um papo animado no corredor do lugar.

- E aí velho? Como vão as coisas, a vida? – começou Henrique.

- Tudo bem meu amigo! Comprei essa bola para bater uma peladinha com uns amigos...

- Mas e aí? Casou, tá trabalhando onde?

- Sou bancário, não casei... e você? – Perguntou Davi por educação, pois sabia que o amigo iria humilhá-lo.

O tom de Davi não foi muito animado, mas enfático, na parte do “não casei”.

- Eu casei com a Gioconda, lembra dela? Administro as empresas do papai, estou muito bem. Faço duas viagens mundiais por ano, para você ter idéia. Vivo tradicionalmente, hahaha!

O tom arrogante de Henrique começou a incomodar a Davi e ele partiu para ironia.

- Gioconda? Sim, lembro. Uma muito altona, “forrrte”... Mas que bom!! Quer dizer que está feliz... Eu também estou, livre, nada me prende.

- Hahaha, você hein... precisa tomar juízo.

Davi não gostou nem um pouco do comentário estilo sabichão do amigo e, de repente, se lembrou do porquê o contato foi rompido. “Porra! Nem para o casamento dele fui convidado...”, pensou. Por isso, deu um jeito de encurtar conversa.

- Bem, Henrique. Bom te ver, preciso ir, ta na minha hora.

Henrique estranhou a rápida despedida do caro e pensou de cá: “Puxa vida! Nem trocamos contato!”.

- Tá certo... toma um cartão meu. Me liga para tomarmos uma depois.

Davi pensou “Deus me livre!” mas disse:

- Lógico! Lógico...

E se foram.

Davi presentear, com a bola, o filho que teve em um relacionamento casual e Henrique, para a casa da amante, adepta do sadomasoquismo.









MÚSICA A CALHAR:
"O apreço não tem preço, eu vivo ao Deus dará." ("Amigo é para essas coisas" - MPB 4)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Auto (sufi)ciência

João Augusto Seraphião não tinha aumentativo só no nome.

Para ele, e para quem fosse um pouco mais sensível, possuía uma alma superlativa.

Com duas academias incompletas, em Medicina e Direito, bacharelou-se em Filosofia.

Romântico, os hábitos boêmios e notívagos renderem-lhe fama, a de vagabundo.

Ao longo dos seus trinta e pucos primeiros anos, não tinha uma noite que deixava de ser visto na Cinelândia, Lapa ou Vila Mimosa, uivando como lobo e balançando como pêndulo.

O troco da vida foi o insucesso profissional e a falta de mulheres, direitas.

Aparentando 60, aos 43 anos vendia bujingangas paraguaias da China na Av. Presidente Vargas, próximo à Candelária. A venda de canetas e lapiseiras era seu forte, clientes de escritório.

Trabalhava em uma pequena banca, própria, ia como brinde, para quem lhe simpatizasse, filosofias de bolso. Pequenas frases que induziam à reflexão, um Twitter dos anos 1980.

Duas pessoas, em particular, levavam as suas sempre que iam à banca: uma linda senhorita, de longos cabelos negros, óculos e nariz esculpido a mão e outra, de cabelos longos, só que mais claros, alta, face de Brabie, que não lhe apetecia tanto quanto a outra.

Aliás, não sei porque essa última entrou na história.

Pois bem, sua essência sonhadora (e outros motivos), o deixava sempre atento à passagem da morena de belo nariz. Sempre despojadamente vestida mas altiva e com uma pressa que presumia um rotineiro atraso.

Dias após vender uma recém lançada caneta dez cores para a sua musa, João foi cobrado por uma nova cliente que acabara de adquirir um jogo Tetris para seu filho: “Vem cá? E o meu papelzinho? A Margarida comentou que ganhou um quando comprou a caneta com o senhor...”

O nome dela era Margarida. Não era lá um nome de musa, mas passou a ser.

Foram duas belas notícias. O nome dela era Margarida que gostava do que ele escrevia.

Naquela noite não dormiu de ansiedade: quando Margarida voltaria a comprar algo na banca?

Não tardou. Margarida precisou retornar, pois achou o cheiro de tuttifruti da caneta meio infantil, comprou outra sem aroma.

João, em conjunto com o troco, deu mais um bilhete à Margarida e não era uma de suas filosofias.

Margarida o abriu ali mesmo e, ao terminar de ler, olhou sério para dentro da cara do João e disse, sem pestanejar: “Vai te catar, coroa filho da puta!”

No dia seguinte a banquinha do João foi para a Avenida Rio Branco, lá o movimento parecia ser melhor.







MÚSICA A CALHAR:
"Quem quer ser mais do que é, um dia há de sofrer" (Roda - De Gil por Elis)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Reflexões após um mês inteiro de Sportv.

Acabo de vir do trabalho, antes de chegar em casa, passei na 5àSec e apanhei dois ternos recém-lavados. Nesse passo, lembrei de um belo conjunto azul-marinho que jaz em meu armário mofento, não o uso mais, sua calça está com dois ou três remendos, e um rasgo bem feinho, na mesma altura dos reparos.

Basta o movimento de entrar em carro para ouvir, “rasg!”, já era... o pessoal saberá a cor de minha cueca (se estiver usando uma).

Essas razões me levaram a sair de casa tão logo cheguei (nem mijar mijei), desci e fui ali na Maschio e na Clarindo ver se tinham calças compatíveis com o caro Colella (comprei o meu por 1/5 do preço, mega promoção) azul-marinho de lã-fria encostado em meu guarda-roupa.

Na volta, aproveitaria para comprar um desses antimóficos de armário para evitar estragos em meus ternos em uso.

Ossos da independência e da maturidade. Responsabilidades do homem.

Passando pela pracinha, não resisti e me pus a assistir uma inocente pelada, onde meninos disputavam animadamente uma bola. Uns já mostravam alguma habilidade, outros, e neles me via, chamavam a pelota de Vossa Majestade Real & Imperial.

Todos eles ali orbitavam nas idades de 8 a 11 anos.

Lembrei, inevitavelmente, de minha infância, e como as peladas no Conjunto Residencial Átila Viváqua eram disputadas e animadas em época de Copa, com é esta.

Aqui em Jardim da Penha, na quadra da Praça do Epa (que já foi do Santa Martha), jogavam Forláns, Kakás, Robbens, Özills e todos os craques desta Copa 2010.

Na minha época, em Cachoeiro, jogavam Latos, Hagis, Linekers, Gullits, Maradonas, Butraguenhos, Matthäus, Carecas e Romários. Todos queriam jogar, dar um chute, fazer uma jogada dos craques que viam nas Copas de 1986 e 1990.

Futebol e infância são duas coisas indissociáveis, ponto.

Não se conclui isso, somente, vendo uma pelada de pré-adolescentes.

Basta que se ligue a televisão e observar como os comentaristas de futebol levam a sério o esporte, que para na maioria é alvo de descontração.

Como diz meu pai, a profissão de comentarista de futebol é a primeira na lista de inúteis. Um cataclisma mundial comprovaria isso. O pior é que gosto, sou fã do Lédio Carmona.

É tudo uma grande, enorme fantasia. Aprendi isso vendo minha mãe e minha madrinha chorando e trocando de canal quando o Brasil perdeu para a França no México. No outro dia já estavam me cobrando dever de casa e essas coisas.

Não seria o todo dito acima um exorcismo, uma catarse da justa eliminação do Brasil pela Holanda na África do Sul. Até mesmo porque, sou mais rubro-negro que brasileiro.

O que é, é. Dunga, sério demais para o futebol. Maradona, passional ao extremo. Esse pessoal que acha que tudo é futebol faz dele feio.

Futebol deveria ser como a brincadeira de criança somado à disciplina de uma escola primária. Como um lar, com uma mãe atenciosa e repreensão de pais amorosos. Sempre a incentivar as habilidades naturais.

Pois bem, a infância passa, a Copa mais rápido ainda (ao menos volta) e as obrigações só aumentam para cada um de nós, lembre-se que ninguém cuida dos seus ternos, a não ser você.









MÚSICA A CALHAR:
“Meu caro amigo eu quis até telefonar / Mas a tarifa não tem graça / Eu ando aflito pra fazer você ficar / A par de tudo que se passa / Aqui na terra tão jogando futebol / Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll.” (“Meu caro amigo” – do Chico, boleiro gente fina, por causa de quem quase virei um tricolor. Ainda bem que era Zobé quem mandava na casa – a era...)

segunda-feira, 29 de março de 2010

Releitura Privada.

Eu não gosto de ler e me sinto mal por isso.

Não terminei de ler vários, e foram vários livros muito bons – para os outros –, por exemplo: Baudolino; Cem anos de Solidão, um dos livros do Hélio Gáspari (que esqueci dentro de um ônibus, após um hipoglicemia ferrenha) e até um dum Tio meu.

Nesse domingo, de mais uma vitória rubro-negra, véspera de uma semana de trabalho (e lá eu leio, e muito!!!) bateu um vazio intelectual ... me peguei lendo uma Isto É de abril de 2008, e tava gostando ainda....

Diante desse quadro esdrúxulo, não teve jeito... fui numa banca e comprei uma Piauí, conhecem? Revista excelente, que faz uma visão crítica do cotidiano com uma pitadinha de nada de Direito em alguns casos ... é lógico que me identifico muito com essa publicação sui generis.

Ontem li que certos cartões-postais do Rio estavam proibidos. São imagens de um grande patrimônio do Brasil: a bunda feminina, de biquine, em Copacabana!

Cara, eu já me deparei com algum desses suveniers e eles me fizeram essa reflexão: bundas em cartão postal?

É mole? As pessoas tiram fotos de bundas e põem em cartão-postal para eternizar o Brasil, seu, o nosso país.

É absurdo?
Sim! Mas sim, porquê para ver nádegas tão lisas e arredondadas como aquelas, o turista deveria é vir pra cá, trazer seus dólares (dolores) ... o que é que tem? São belezas naturais. Vou ser sincero, as mulheres do Posto 9 ofuscam as Ilhas Cagarras e os Dois Irmãos... sejamos francos, pô.

Estando lá, até mulher bonita e viado olhariam. Respectivamente, ponham a Patrícia Poeta e o Zeca Camargo lá para ver se eles não vão ficar comentando a voluptuosidade da fêmea carioca.

Por falar neles, mas sem mudar de assunto, descobri uma fonte inesgotável de inspiração para o exercício da cricritude, a arte de ser cri-cri: o Fantástico, Show da Vida!

O Zeca Camargo é um cínico e a Patrícia Poeta uma gostosa. Gosto disso, cinismo e mulher boa, mas não na hora de prestar informação. Estamos falando da maior audiência da TV Brasileira.

Pois bem, nesse domingo, o Fantástico exibiu no seu quadro, “Detetive Virtual”, um comercial preconceituoso em relação à mulher brasileira.

Foi este: http://www.youtube.com/watch?v=O8IAamzOImA

Sem dúvida é preconceituoso com nossas mulatas. Subjugam-nas.

Mas ora, é a Globo quem diz isso? Despindo-me daquele discurso clichê anti-Globo, até mesmo porque, sou telespectador dela, lá vão argumentos:

A mesma Globo que bombardeia nossas casas (e eu adoro) com a cobertura completa dos Carnavais de Rio e Sampa, exibindo, bundas, peitos, pererecas e tudo mais ... até vinheta com mulata semi-nuas tem.

A mesma Globo que exalta o Rio como “maior destino do público gay” do mundo (o pessoal GLBT – traveco, corno, essa galera – só quer saber de sacanagem, não sejamos hipócritas).

A mesma Globo que faz uma novela (caraca, às vezes eu vejo, rs), onde todas as mulheres metem chifres nos maridos ...

E não venha falar que são argumentos homofóbico ou machista, sou um pouco de um e nada do outro. E olha, até concordo com o Bruno, vai, mas quando saí na mão com mulher só apanhei e me defendi.

Pô, é muita, muita hipocrisia em rede nacional...

Ah, quer saber, menos TV, minha gente, muito menos. Até mesmo porque estou com 10 quilos a mais do que deveria, meus ternos não me cabem, as bermudas rasgam e o que era G agora é P.










MÚSICA A CALHAR:
“Não esqueça o dia de casamento/ Não esqueça a data de vencimento / Não esqueça o presente de sua cunhada (ai ai) / E perca peso agora / Perca peso agora.” (“Perca Peso”- Móveis Coloniais de Acaju, bandinha boa da gota, sô! Skazeira da porra!)

domingo, 7 de março de 2010

(Im)prensa no trabalho!

Sempre manifesto minhas birras em relação aos órgãos que dirigem informações e, por isso, formam a opinião pública, o 4º. Poder.

Às vezes vejo coisas que me revoltam. Numa delas, no Globo Esporte, reproduziram o dizer do Zagallo de forma pouco honesta. Eu o vi falando depois de um jogo da seleção e vi o jornal no dia seguinte, percebi na hora que eles transmudaram a fala do Velho Lobo.

Na semana seguinte, o Professor reclamou em rede nacional, de forma irônica , da mudança de “contexto”(do qual não me lembro o tema) ... acho que foi na mesma entrevista do “Vocês vão ter que me engolir...”.

Isso ocorreu nas eliminatórias da Copa de 1998, acho ... desde então, vejo a imprensa com ressalvas máximas. Procuro obter informação de variadas fontes, melhor se forem inimigas, e tiro minhas conclusões.

Hoje, vendo Fantástico, aplaudi de pé a iniciativa das reportagens sobre as construções residências em cartões postais.

Folou principalmente das APP`s (áreas de preservação permanente - topos de morro; lagos artificiais; beira de mar; margem de rios; etc) ... depois rolou uma ponderação sobre má ocupação do solo, com o notório sobrecarregamento das márgens dos rios da capital paulista.

Foi verdadeiro serviço de educação ambiental. Demonstrou o que determina a lei em relação à proteção dos patrimônios ambiental, público, histórico e cultural, o fez de forma leve e didática.

Incutiu algo bacana na cabeça da galera... mas em seguida...

Mandaram mal, muito mal com nossa cidade de Vitorinha.

Ao exemplificarem como é o tratamento e destinação de resíduos eletrônicos provenientes dos bens de uso diário, o lixo eletrônico, a imagem da cidade ficou mal.

Por azar, algum funcionário mal orientado atendeu ao telefone e informou que esse resíduo é destinado a um “lixão [...] lá pelos lado de Cariacica...”.

Pior, o comunicado da prefeitura não esclareceu bem, não deu uma informação precisa, ao menos do que constou da TV.

Nessa segunda parte o Fantástico manteve a tradição da imprensa, honrou a camisa, e passou uma meia-verdade, ou inverdade, como algo absoluto.

Digo isso sem certeza absoluta, mas pelo que sei Vitória é uma cidade ambientalmente bem sucedida.

Tem pioneirismo na questão de criar Secretaria Ambiental, mantém a cidade limpa, produz ações de educação e etc...

Em relação à destinação do lixo, tenho 99% de certeza de que é feita corretamente.

E quando se fala em “Cariacica”, só pode estar a se falar da Central de Tratamento de Resíduos Sólidos ou Aterro Sanitário, que existe lá.

Senhores, existe uma singela diferença entre lixão e uma Central ou um Aterro desses...um é lugar qualquer, sem controle, esculhambado, sem nada, os outros são lugares ambientalmente licenciados e preparados para receber resíduos e efluentes, restos, lixo.

Bem, gente, o infeliz do funcionário público, disse lixão, mas era para ter dito que era um Aterro, pô. Tudo certinho, aqui em Vix rola tudo nos conformes.

Essa é uma informação pública, de fácil acesso, a Imprensa poderia ter esclarecido sem sequer consultar os representantes municipais, que também mal informaram.

É galera, amanhã reunião bem cedo no Gabinete do Secretário, ou do Prefeito, hein!!

Continuemos a exaltar nossa Vitória!!









MÚSICA A CALHAR:
“Rádio Mundo no ar/ Em um mundo melhor/ Ver a hora de chegar/ É ser humano e acreditar/ Reciclem o novo ciclo da terra” ("Pedestre"– Pé do Lixo, de Vitória, rsrs...).

É constrangedor ter essa posição politicamente correta...

segunda-feira, 1 de março de 2010

Ordinário...*

Abriu o olho, olhou o relógio,
o tempo era apertado,
desligou o rock que o despertara,
acordado e quase atrasado.

Banho, água no rosto,
sapato com graxa, nó na gravata,
não se fitou no espelho,
temeu o próprio olho.

Desceu, deu bom dia, espelho no elevador,
ouviu a notícia, retrovisor,
saguão, gravata acima da cintura,
viu na imagem de si, refletida.

O reflexo persegue,
não se corre dele,
nem se enfiar a cabeça no chão,
afinal, o que todos precisam é de reflexão.








MÚSICA A CALHAR:
"A look in the mirror is not enough / What makes you think that you're not one of us?" (Ordinary - Face to Face, o som das fitas k7's de minha adolescência).

(*) Aqui tem-se "ordinário" como "comum; de todos os dias; frequente", não à lá Carla Perez.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Durmam com um barulho desses!!

Então, tempo que isso aqui não é movimentado (4 meses?) ... é que a vida é meio corrida, a gente vai deixando tudo passar, corre atrás de umas coisas, negligencia outras ... tem até um filme que se chama “Uma escolha, uma renúncia”, nunca vi, mas sei que não concordo, pois uma escolha são muitas, muitas renúncias, e às vezes renunciamos a nós mesmos. Por exemplo, tô com uma apnéia danada, não trato, e ela me faz acordar cansado, o trabalho é intenso, aí já viu...


Nessa linha sou obrigado a lembrar do Thomas Hobbes, filósofo inglês que disse que o “homem é o lobo do homem”. Não li também, não sei bem em que contexto isso foi dito, mas acho que a frase é auto-explicativa: a gente se destrói.


Mas podemos nos “destruir”de várias formas, inclusive pensando que estamos “construindo”. Esses dias vi uma velha conhecida (e olha que não era conhecida velha, hein), que pôs botox. Cara, o rosto dela parecia envolto por aquele plástico filme.


Outro exemplo, o que há com a mocidade hoje em dia, hein? Nossos pais, e até recentemente, as pessoas se casavam com antes dos 30, hoje em dia que faz isso é exceção das clássicas, (acho que to ficando velho)...


Ainda esses dias conversava com sábio pai de um grande amigo que disse que as pessoas hoje em dia estão muito intolerantes, de fato, não há mais paciência no mercado. São tantos brucutus por aí (eu um!), no trânsito nego se estapeia, ihhh, o trem ta feio...


Poxa, se a conexão de internete está lenta, nego xinga com os nomes, mas vem cá, você já parou para pensar que a comunicação entre pessoas era limitado a uma carta, ao correio? E no mundo foi muito tempo assim e estamos aqui até hoje.


Aí você vem e fala: o Mané fica trocentos meses sem postar nada e me vem com papinho deprê? Não, não to puxando esse papo altamente pessimista à toa não, aliás aqui é muito mais copo meio cheio do que meio vazio.


Pô, Thomas Hobbes, que viveu lá pelo Século XVII (ou 17 pra quem não saca de romano), já sabia que a gente mesmo se corrói, se esculacha e somos nós mesmos os maiores adversários de si, com nossas nóias e necessidades desnecessárias, é, aquelas que vemos todos os dias na TV ...


Mermão, então, estamos aqui até hoje, evoluindo, mesmo com toda insegurança e fobia que circundam cabeças menos fortes.


Só depende de nós, último exemplo: tive que confessar um apnéia, poderia ser um “defeito” que exigisse discrição. Mas e daí? Andei pra isso, sejamos autênticos, temos é que nos garantir, sempre, e é aí que seremos fortes, não nossos próprios lobos!






MÚSICA A CALHAR:

"Oh, I'm late again
And I'm so tired, might even get fired.
I could blame it on a cancelled train
But I won't try it, I know they won't buy it." ("Waking up tired" - Hoodoo Guros - cara, na verdade gastei meses para criar um tópico onde pudesse usar esse som, foda!! No fim, o texto até que faz sentido.)