sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Testa de bêbado não tem dono. Aliás, tem...

Já advirto ao leitor: sem dúvida, esse é post mais infantil, tosco e desnecessário que tem por aqui.

Recordar é viver e, nos meus 28 anos de vida (caprichadamente vividos...), já ri, sorri e gargalhei muitas vezes, mas nunca como numa noite de janeiro, verão de 1995.

Naquela época, com uns 14 anos, não se saia para as ruas, para as noitadas (talvez esses pré-adolescentes de hoje o façam...), por isso, eu e minha turma inventávamos as mais inusitadas brincadeiras, na varanda da casa em que sempre passei o verão, que é na avendia principal de Marataízes.

Caixa de papelão com paralelepípedo dentro e latinhas de alumínio, em pé, devidamente preenchidas de urina, para que os sabidões chutassem e percebessem que foram enganados, eram as traquinagens mais comuns ... a gente se deleitava empuleirados no “muro da maldade”!

A farra era tanta que minha mãe, uma vez, saiu de camisola e despachou um a um para suas casas ... meu avô, coitado, certa vez, saiu de pijama falando: “Victor, vamos acabar já com essa Chacrinha!” (pareço uma criança falando assim...).

Pois bem, voltando àquela noite, a brincadeira tinha sofisticação cinematográfica ... consistia em avistar uma vítima que vinha pela calçada, a uns 30 metros, mastigava-se Cream-Craquer até ficar farelo, enchia a boca dàgua e simula-se um vomito no pé de quem passava ... nojento, mas quem que agrediria alguém que está em casa e vomitou na calçada, um pobre adolescente que, supostamente, iniciava uma vida alcoólica?

Numa dessas investidas, vimos um ser trôpego se aproximando ... na verdade ele dava uma dessas piruetas de balé (um padedê, sei lá...), logo, pediu, né? Fez jus...

Estávamos lá em uns oito, que eu me lembre... daí fiz o procedimento, esperei o Barichinickov chegar e pimba ... soltei tudo na reluzente bota de couro daquele careca, baixinho, bêbado e mineiro (quem respeita um cara com essa descrição e que, ainda por cima, dança balé?) ...

Para justificar o “mal estar e a golfada”, a pessoa que me “acudia” (Orlandinho) atribuiu aquilo a uma, digamos, experiência sexual com uma mulher pouco higiênica ...

Ao ouvir aquilo, a vítima da brincadeira, prontamente, fez pose de quem segura uma guitarra, e com a boca, um riff do instrumento, e pôs-se a cantar:

“ C*zinho fedendo, c*zinho fedorento ... (2x)
Há chulé a bordo dos seus pés!
Jô Soares, Xuxa Meneguél...”

Sim, uma poesia digna de causar admiração (ou inveja) em um Chico Buarque ...

Resultado, todos nós nos identificamos com a espirituosidade daquele pobre mineirinho (de uns 25, 30 anos), e demos corda, óbvio!

Em determinado ponto da conversa, após rirmos de outras canções de sua autoria e de outras coisas que não me lembro, comentei com alguém: “esse cara merece um prêmio! Vou oferecer um uísqui, dependendo da reposta, ele leva!”

Então:
“Ow! Vem cá? Tá muito bêbado ou quer um uísqui?”

E ele:
“Eu... (com pausa) adoraria...” e sorriu...

Bingo, levou!

Fomos e servimos a dose, cowboy, e preenchida com alguns pelos pubianos daqueles adolescentes criativos ....

Ele bebeu num só gole e disse:
“Nossa! Desceu arranhando!”

Numa outra hora, Joelhão pôs um cigarro a boca para acender (meninos de 14 anos fumando...)... o mineirinho-vítima, prontamente, desfere um golpe qualquer e passa com o pé a um milímetro do cigarro, dá um rodopio e escorrega no vômito simulado ... cai de bunda, quica umas três vezes no chão ...
Um absurdo! Tentativa de agressão não dá!

Daí, dissemos:
“Ta louco, rapaz?! Nós vamos chamar a polícia agora!!”

E ele:
“Ah é? Vocês vão me prejudicar, é? Querem acabar comigo? Eu vou me matar!”
… e desferiu uma cabeçada no muro, na parte de madeira, bem em cima de um prego mal batido ... resultado: ferimento e sangue escorrendo ...

Eu, chocado com a cena, e com toda a bondade e boa intensão que me caracterizam, disse:
“Ei! E agora? Terá que igualar o outro lado da testa, assim não pode ficar ...”

Não é que o cara deu mais três ou quatro testadas no muro? Mas dessa vez, errou o prego e não teve sangue, só um galo!

Depois disso, o cara seguiu, foi embora rumo ao norte.

No outro dia, coincidência, saí de casa e ia rumo ao sul ... era umas 11h e vi o mesmo cara vindo ... com a mesma roupa, todo sujo de areia de praia (quando nos encontrou, de noite, ele tinha boa aparência) e sem as botas, coitado ... e o sangue seco na testa inchada? Nussa, daquela forminha tava o rapaz... judiado!

Eu passei ao lado e disse:
“C*zinho fedendo, c*zinho fedorento...”

Ele se virou pra mim, sorrindo e sóbrio, e disse:
“Nossa! Tava muito doido ontem hein, não lembro de nada!”

E eu: “Que nada...”


Transportando-nos pro dia de hoje, final de semana taí, sua cabeça é seu guia... sempre é bom lembrar: final de semana é para descançar, na teoria... RIMOU!





MÚSICA A CALHAR:
“O que não falta é tatu, prá me levar pr'o buraco....” (Pequinês E Pitbull - Gabriel Moura, Jovi Joviniano e Aranha - na voz de Seu Jorge).

É preciso dar vazão aos sentimentos...

Como é o nome desse sentimento?
"Qual?"

Desse, que vem ao final do dia e que nos (me) faz sentir, perceber, que agimos como bobos em determinada situação?
Desse, que nos faz refletir e ver que da próxima vez será diferente. E se essa próxima vez não vier, eu a busco pelas orelhas.


“Já sei! Constrangimento!”
Não, não...sem recorrer à frieza dos dicionários (aliás, o que se quer aqui é não ser frio), presumo que esse aí seja instantâneo e momentâneo, ou seja, não venha somente como produto de “final de dia”.


“Ah! É vergonha, então! “
Nitz, cala a boca! Vergonha é produto do errado!


“Hum, é raiva, então! Ora, com esse papo de buscar pela orelhas ...”
Eu vou é te dar um catilipapo no pé da orelha! Raiva é isso, dar uma bordoada!

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A consciência e o senso de Justiça é o que nos difere dos animais, em geral, agir por impulso não traz bons resultados ... A Justiça sempre vem, depende de nós ... o que te acanha, o que te move, o que te pertuba, tudo entra na conta. Assim, mantenha a cabeça fria (dessa vez a frieza cabe) e que o produto dos seus atos seja sempre positivo.

A propósito, o sentimento, produto dos produtos, é o Amor Próprio!






MÚSICA A CALHAR:
“Sees the sun going down, And the eyes in his head, See the world spinning 'round.” (The fool on the hill – John Winston Lennon / James Paul McCartney)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Conta outra!

Quando se fala em escândalos políticos, dizem que o povo tem memória curta. Não sei se é verdade, às vezes a sucessão acontecimentos é tão intensa que acaba por gerar um excesso de informação (é muita informação!), ou ainda, a classe política é tão desacreditada, que não resta ao público outra solução senão abstrair.

Infelizmente essa é a nossa cultura, repleta de seres nefastos que não estão nem aí pro contribuinte, me parece que é essa a lei.

O que gostaria de fazer aqui é um exercício de rememorar fatos da história recente do nosso estado (essa fazenda que é o Espírito Santo), sem citar nomes, mas fontes.

A constatação que chega é surreal! A certeza de impunidade é evidente ... as figuras que se envolvem com os fatos deveriam (de dever mesmo, estou falando de Direito!) ser uma coisa, mas, segundo foi noticiado, teriam agido de forma diametralmente oposta.

Pois bem, houve (?) um tempo que uma organização fazia lei aqui no Estado. Essa organização tinha como membros desde autoridades constituídas até pistoleiros.

O fato é que essa organização, que foi alvo de uma dissolução judicial, oficialmente, não existe mais.

Essa organização “filantrópica”, em verdade, era pára-militar, o que a Constituição Federal não permite.

Por ter essa característica, precisava estar munida, na acepção exata do termo.

Dentro desse contexto, certa vez, um cara muito popular no estado, há uns dez anos, foi preso com um carregamento de armas de usos exclusivo do exército.

Para soltá-lo, e para que as coisas ficassem “tranqüilas”, a cúpula da política capixaba se mobilizou.

Membros do alto escalão do Executivo; Legislativo e Judiciário trabalharam e o rapaz das armas estava solto.

Salvo engano, mas como citado em alguns jornais, me parece que os líderes dos três Poderes constituídos (em verdade, aqui havia um quarto Poder) neste estado mexeram seus pauzinhos.

Quem não tá morto, tá livre, solto e no Poder ... nauseante, cara!

Bem, é só um registro: registro de que sou bobo falando disso, ou registro do que poderíamos nos envergonhar ...


Para mais detalhes:
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos/iq100720022.htm
http://www.anpr.org.br/portal/index.php?option=com_content&task=blogcategory&id=75&Itemid=159
http://www.terra.com.br/istoe/politica/1999/10/01/000.htm




MÚSICA S CALHAR:
“Não há possibilidade de viver com essa gente, nem com nenhuma gente, nem com nenhuma gente, a desconfiança te cercará como um escudo, pinte o escaravelho de vermelho.” (O Hierofante – Secos & Molhados – João Ricardo e Oswald de Andrade)

Vem chegando o verão ...




Porque uma imagem vale mais que mil palavras!

O modelito cai muito bem! Arrocha um pouco, é verdade, mas a sensualidade e o sexy appeal que me traz compensam!
Aí vai a nossa homenagem a Sacha Noam Baron Cohen o doido que interpretou o Borat e que no filme demonstrou um raro senso crítico ... é disso que precisamos!
Aflorar e afinar nossos "sensos", deixar de engolir a comidinha que eles nos empurram ... todo mundo é PF ou sequestrador relempago, até que me prove o contrário!
Hoje em dia, como diz Cassandra, vivemos uma sociedade de extrema vigilância, e câmera de cá, de lá... até que ponto isso é bom? Todo dia lemos: "são mais 389 câmeras na rua tal, na praia tal, na rodovia tal..."
Desconfie sempre, você não pode se dar conta do quão somos vulneráveis (ai que meda!)!!!






MÚSICA A CALHAR:
"[...] não demora muito agora, todas de bundinha de fora [...]" (Uma noite e 1/2 - Marina Lima - Renato Rocketh).