segunda-feira, 29 de março de 2010

Releitura Privada.

Eu não gosto de ler e me sinto mal por isso.

Não terminei de ler vários, e foram vários livros muito bons – para os outros –, por exemplo: Baudolino; Cem anos de Solidão, um dos livros do Hélio Gáspari (que esqueci dentro de um ônibus, após um hipoglicemia ferrenha) e até um dum Tio meu.

Nesse domingo, de mais uma vitória rubro-negra, véspera de uma semana de trabalho (e lá eu leio, e muito!!!) bateu um vazio intelectual ... me peguei lendo uma Isto É de abril de 2008, e tava gostando ainda....

Diante desse quadro esdrúxulo, não teve jeito... fui numa banca e comprei uma Piauí, conhecem? Revista excelente, que faz uma visão crítica do cotidiano com uma pitadinha de nada de Direito em alguns casos ... é lógico que me identifico muito com essa publicação sui generis.

Ontem li que certos cartões-postais do Rio estavam proibidos. São imagens de um grande patrimônio do Brasil: a bunda feminina, de biquine, em Copacabana!

Cara, eu já me deparei com algum desses suveniers e eles me fizeram essa reflexão: bundas em cartão postal?

É mole? As pessoas tiram fotos de bundas e põem em cartão-postal para eternizar o Brasil, seu, o nosso país.

É absurdo?
Sim! Mas sim, porquê para ver nádegas tão lisas e arredondadas como aquelas, o turista deveria é vir pra cá, trazer seus dólares (dolores) ... o que é que tem? São belezas naturais. Vou ser sincero, as mulheres do Posto 9 ofuscam as Ilhas Cagarras e os Dois Irmãos... sejamos francos, pô.

Estando lá, até mulher bonita e viado olhariam. Respectivamente, ponham a Patrícia Poeta e o Zeca Camargo lá para ver se eles não vão ficar comentando a voluptuosidade da fêmea carioca.

Por falar neles, mas sem mudar de assunto, descobri uma fonte inesgotável de inspiração para o exercício da cricritude, a arte de ser cri-cri: o Fantástico, Show da Vida!

O Zeca Camargo é um cínico e a Patrícia Poeta uma gostosa. Gosto disso, cinismo e mulher boa, mas não na hora de prestar informação. Estamos falando da maior audiência da TV Brasileira.

Pois bem, nesse domingo, o Fantástico exibiu no seu quadro, “Detetive Virtual”, um comercial preconceituoso em relação à mulher brasileira.

Foi este: http://www.youtube.com/watch?v=O8IAamzOImA

Sem dúvida é preconceituoso com nossas mulatas. Subjugam-nas.

Mas ora, é a Globo quem diz isso? Despindo-me daquele discurso clichê anti-Globo, até mesmo porque, sou telespectador dela, lá vão argumentos:

A mesma Globo que bombardeia nossas casas (e eu adoro) com a cobertura completa dos Carnavais de Rio e Sampa, exibindo, bundas, peitos, pererecas e tudo mais ... até vinheta com mulata semi-nuas tem.

A mesma Globo que exalta o Rio como “maior destino do público gay” do mundo (o pessoal GLBT – traveco, corno, essa galera – só quer saber de sacanagem, não sejamos hipócritas).

A mesma Globo que faz uma novela (caraca, às vezes eu vejo, rs), onde todas as mulheres metem chifres nos maridos ...

E não venha falar que são argumentos homofóbico ou machista, sou um pouco de um e nada do outro. E olha, até concordo com o Bruno, vai, mas quando saí na mão com mulher só apanhei e me defendi.

Pô, é muita, muita hipocrisia em rede nacional...

Ah, quer saber, menos TV, minha gente, muito menos. Até mesmo porque estou com 10 quilos a mais do que deveria, meus ternos não me cabem, as bermudas rasgam e o que era G agora é P.










MÚSICA A CALHAR:
“Não esqueça o dia de casamento/ Não esqueça a data de vencimento / Não esqueça o presente de sua cunhada (ai ai) / E perca peso agora / Perca peso agora.” (“Perca Peso”- Móveis Coloniais de Acaju, bandinha boa da gota, sô! Skazeira da porra!)

domingo, 7 de março de 2010

(Im)prensa no trabalho!

Sempre manifesto minhas birras em relação aos órgãos que dirigem informações e, por isso, formam a opinião pública, o 4º. Poder.

Às vezes vejo coisas que me revoltam. Numa delas, no Globo Esporte, reproduziram o dizer do Zagallo de forma pouco honesta. Eu o vi falando depois de um jogo da seleção e vi o jornal no dia seguinte, percebi na hora que eles transmudaram a fala do Velho Lobo.

Na semana seguinte, o Professor reclamou em rede nacional, de forma irônica , da mudança de “contexto”(do qual não me lembro o tema) ... acho que foi na mesma entrevista do “Vocês vão ter que me engolir...”.

Isso ocorreu nas eliminatórias da Copa de 1998, acho ... desde então, vejo a imprensa com ressalvas máximas. Procuro obter informação de variadas fontes, melhor se forem inimigas, e tiro minhas conclusões.

Hoje, vendo Fantástico, aplaudi de pé a iniciativa das reportagens sobre as construções residências em cartões postais.

Folou principalmente das APP`s (áreas de preservação permanente - topos de morro; lagos artificiais; beira de mar; margem de rios; etc) ... depois rolou uma ponderação sobre má ocupação do solo, com o notório sobrecarregamento das márgens dos rios da capital paulista.

Foi verdadeiro serviço de educação ambiental. Demonstrou o que determina a lei em relação à proteção dos patrimônios ambiental, público, histórico e cultural, o fez de forma leve e didática.

Incutiu algo bacana na cabeça da galera... mas em seguida...

Mandaram mal, muito mal com nossa cidade de Vitorinha.

Ao exemplificarem como é o tratamento e destinação de resíduos eletrônicos provenientes dos bens de uso diário, o lixo eletrônico, a imagem da cidade ficou mal.

Por azar, algum funcionário mal orientado atendeu ao telefone e informou que esse resíduo é destinado a um “lixão [...] lá pelos lado de Cariacica...”.

Pior, o comunicado da prefeitura não esclareceu bem, não deu uma informação precisa, ao menos do que constou da TV.

Nessa segunda parte o Fantástico manteve a tradição da imprensa, honrou a camisa, e passou uma meia-verdade, ou inverdade, como algo absoluto.

Digo isso sem certeza absoluta, mas pelo que sei Vitória é uma cidade ambientalmente bem sucedida.

Tem pioneirismo na questão de criar Secretaria Ambiental, mantém a cidade limpa, produz ações de educação e etc...

Em relação à destinação do lixo, tenho 99% de certeza de que é feita corretamente.

E quando se fala em “Cariacica”, só pode estar a se falar da Central de Tratamento de Resíduos Sólidos ou Aterro Sanitário, que existe lá.

Senhores, existe uma singela diferença entre lixão e uma Central ou um Aterro desses...um é lugar qualquer, sem controle, esculhambado, sem nada, os outros são lugares ambientalmente licenciados e preparados para receber resíduos e efluentes, restos, lixo.

Bem, gente, o infeliz do funcionário público, disse lixão, mas era para ter dito que era um Aterro, pô. Tudo certinho, aqui em Vix rola tudo nos conformes.

Essa é uma informação pública, de fácil acesso, a Imprensa poderia ter esclarecido sem sequer consultar os representantes municipais, que também mal informaram.

É galera, amanhã reunião bem cedo no Gabinete do Secretário, ou do Prefeito, hein!!

Continuemos a exaltar nossa Vitória!!









MÚSICA A CALHAR:
“Rádio Mundo no ar/ Em um mundo melhor/ Ver a hora de chegar/ É ser humano e acreditar/ Reciclem o novo ciclo da terra” ("Pedestre"– Pé do Lixo, de Vitória, rsrs...).

É constrangedor ter essa posição politicamente correta...

segunda-feira, 1 de março de 2010

Ordinário...*

Abriu o olho, olhou o relógio,
o tempo era apertado,
desligou o rock que o despertara,
acordado e quase atrasado.

Banho, água no rosto,
sapato com graxa, nó na gravata,
não se fitou no espelho,
temeu o próprio olho.

Desceu, deu bom dia, espelho no elevador,
ouviu a notícia, retrovisor,
saguão, gravata acima da cintura,
viu na imagem de si, refletida.

O reflexo persegue,
não se corre dele,
nem se enfiar a cabeça no chão,
afinal, o que todos precisam é de reflexão.








MÚSICA A CALHAR:
"A look in the mirror is not enough / What makes you think that you're not one of us?" (Ordinary - Face to Face, o som das fitas k7's de minha adolescência).

(*) Aqui tem-se "ordinário" como "comum; de todos os dias; frequente", não à lá Carla Perez.