segunda-feira, 6 de julho de 2009

Ver verdade(s)...


Lennon autografando o álbum "Double Fantasy", onde está a canção "Mind Games", para Chapman.
Não sei se é só comigo, não sei se é sempre que isso acontece (se é todo mês ou toda semana), mas assistir aos jornais está cada vez mais assustador.

Por exemplo, ver em que se tornou o Senado da República (res + publis = coisa do povo), é deprimente. O público agora é, totalmente, secreto. Paradoxo sem graça, sô...

Mas o mais bizarro, mesmo, é a cobertura da morte do Rei do Pop, Michael Joseph Jackson.

Premeiro que o neguim morreu já faz uma semana e não enterram o cara (deve estar roxo...). Segundo é a encheção de saco que é a cobertura das picuinhas legais da excêntrica família Jackson. Terceiro é a fenomenal e multimilionária ... venda de discos? Nããããooo .... pessoas interessados no ingresso para enterro!!

Ah não, será possivi... eu sou do tempo do cortejo fúnebre, poxa, quer homenagem? Mete o presunto no carro de bombeiros e pronto.

Essa cobertura jornalística está pra lá de mórbida ... fico com pena e medo dos que não têm discernimento para acharem isso... isso, sei lá... nem eu sei o que achar... Liz Taylor disse ser "um circo".

Coincidentemente, em meio a toda essa pirotecnia midiática, que inverte o sentido da própria morte (duvido que no epitáfio de Michael Jackson esteja escrito, descanse em paz...), vi dois filmes sobre a morte de um super star muito mais interessante que o Jackson. Inclusive, o Michael era fã dele.

Quem seria? Adivinha? John Lennon (novitex...), pô, lógico!

Um é o “Capítulo 27” e o outro é o “O Assassinato de John Lennon”.

Muito interessante ver o que passou na doentia cabeça do Sr. Mark David Chapman, o canalha (nas palavras de Beto Guedes) que assassinou o Jonh, com cinco tiros, nas costas. A obsessão e o transtorno do assassino são impressionantes.

Tá, meio mórbido também... também não deixa de ser uma “venda de ingresso” para morte ... mas uma coisa é pirotecnia, outra coisa é ver até que ponto o ser humano pode descer na sua loucura.

Em um determinado ponto do filme “O Assassinato de John Lennon”, o personagem principal chega à conclusão de que não convém idolatrar tanto alguém (sempre lembrando, Chapman matou por estar se sentindo “traído” pelo ídolo, Lennon), pois a chance de se decepcionar é muito grande, ele se sente só nesse momento...

Aliás, vi novamente esses dias um dos melhores filmes que já assisti em minha vida, “Beleza Americana”, onde o ponto alto, para mim, é o momento em que a mãe (a mulher do Kevin Spacey, no filme) explica à filha que na vida não se pode contar com ninguém, a não ser consigo mesmo ...
Tanto a reflexão de Chapman, quanto o ensinamento materno do filme têm o mesmo sentido: no mundo, você está só, ele não para para (reforma ortográfica dozinferno!) você catar seus cacos, conte com você, faça sua parte, e se tiver ajuda de alguém, é sorte!
Quem me dera esse belo filme tivesse sido feito na década de 1970, e Mark Chappman tivesse extraído essa lição...).
Acho que tem gente que vive a vida toda e não aprende isso. Também deve ter gente para qeum não se aplica esse tipo de lição, pode ter.

Pois é, isso tudo foi visto, e causou inspiração, na mesma TV que transmite o pai presenteando o filho com um ingresso .... de funeral.










MÚSICA A CALHAR:
“I'm your truth, telling lies/ I'm your reason alibis/ I'm inside, open your eyes/ I'm you/ Sad but true ….” (“Sad but true” – Metallica).

2 comentários:

Juca Magalhães disse...

Cara, vi o "Capítulo 27" em algum lugar do ano passado e fiquei puto! É difícil ver a piração daquele mané culminar com o assassinato de um cara especial como John Lennon. Até pensei em reler "O apanhdor no campo de centeio", mas a raiva só me pediu pra esquecer...

erickaduda disse...

passível de várias reflexões aqui: desde o patrimonialismo brasiliro (pq não.. a cultura política não mudou com a abertura) até a reforma ortgráfica. Que indignação! A gente passa uma vida inteira aprendendo a escrever/falar nossa língua aí vem nego e de repente: boom! Desconstrói tudo. E tenho dito, vou continuar escrevendo da mesma forma. Ou será que terei que fazer um cursinho? (aposto que já tem um monte no mercado). Quanto a estar sozinho: já dizia fulaninho: "única certeza que temos nessa vida é que somos sós. Nascemos sós, morreremos sós" e quem passar pela nossa vida, que seja bem vindo. Tb tenho uma música a calhar (em homenagem ao espetacular show do titãs na festa da polenta, que me fez chorar): "a televisão me deixou burro, muito buro demais"