Hoje presenciei uma cena insólita. Sério, foi real...
Deixa eu tentar explicar o cenário: o hall do Tribunal de Justiça do ES...
Você entra, à sua frente, um balcão com atendentes que fazem cadastro, à esquerda um Banestes e à direita dois guichês, um de protocolo e outro onde você pega andamentos de processos ... antes deles tem um beco, com dois caixas do Banco do Brasil, enfim...
Estava eu, na fila do caixa do BB... olhando o vai-e-vem, a chegada de servidores, advogados, magistrados e tudo mais...
Para minha surpresa entra um sujeito, com um moicano. Não daqueles altos, espetados, mas raspado, em formato moicano.
Bem, um cara de moicano chama a atenção, mesmo na Rua da Lama ou no Centenário, mas muito, muito, muito mais no Tribunal de Justiça.
Imediatamente pensei: “que estagiário 22, rapaz... aliás, ele está até certo, doido mesmo é o patrão dele que escala ele para vir ao Tribunal...”
Ele vem e pára bem perto, no guichê de andamentos de processos e eu, como não resisto, espichei as orelhas de abano para ver se saía alguma pérola dali, não deu outra...
“Quero marcar uma hora com o Desembargador, quero reclamar sobre uma licitação...”
!!!!???
Acho que são uns 19 ou 21 Desembargadores, e ele nem escolheu um...
Bem, deu pra ver, não era preciso ser um expert para saber que as faculdades mentais da peça não passavam de uma escola de ensino fundamental... ¬¬ (ah, foi boa, vai...).
Rapidamente o atendente o indicou o balcão das atendentes, mas ele foi pro outro guichê, e novamente mandou: “Quero marcar uma hora com o Desembargador, quero reclamar sobre uma licitação...”
Ali o despacho demorou um pouco mais.... enquanto aguardava outro dispenser, o punk dirigia palavras mudas a quem passava... isso mesmo, ele não falava, só mexia os lábios... teve um dizer que eu li, inclusive... ele falou que a gravata do cara era horrorosa (rsrs) ... e olha que era uma preta e lisa...
E foi aí, nesse momento que ele sacou que eu tava manjando a situação, gelei! Mas graças, dei um passo a frente na fila, saí da vista dele e tudo seguiu normalmente, nem sei se ele entrou de fato no TJ ou se a queixa dele teve ouvidos...
Só sei o seguinte – e lá vem mais um mega-clichê, super clichê nesse bloginho aqui:
Pô, se até um zureta, xarope, tem peito de pensar em ter visto algo errado em alguma esfera da Coisa Pública e procurar um canal de comunicação para levar a cabo aquela prevaricação, o que nos impede?
MÚSICA A CALHAR:
“This is Just a punk rock song, written for the people Who can see something wrong!” (Punk Rock Song – Bad Religion).
Ah! Mas aqui, eu juro tá, isso aconteceu hoje... sério, cara louco... deve ser concurseiro.