quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ver algo, errado?

Hoje presenciei uma cena insólita. Sério, foi real...


Deixa eu tentar explicar o cenário: o hall do Tribunal de Justiça do ES...

Você entra, à sua frente, um balcão com atendentes que fazem cadastro, à esquerda um Banestes e à direita dois guichês, um de protocolo e outro onde você pega andamentos de processos ... antes deles tem um beco, com dois caixas do Banco do Brasil, enfim...

Estava eu, na fila do caixa do BB... olhando o vai-e-vem, a chegada de servidores, advogados, magistrados e tudo mais...


Para minha surpresa entra um sujeito, com um moicano. Não daqueles altos, espetados, mas raspado, em formato moicano.


Bem, um cara de moicano chama a atenção, mesmo na Rua da Lama ou no Centenário, mas muito, muito, muito mais no Tribunal de Justiça.


Imediatamente pensei: “que estagiário 22, rapaz... aliás, ele está até certo, doido mesmo é o patrão dele que escala ele para vir ao Tribunal...”


Ele vem e pára bem perto, no guichê de andamentos de processos e eu, como não resisto, espichei as orelhas de abano para ver se saía alguma pérola dali, não deu outra...

“Quero marcar uma hora com o Desembargador, quero reclamar sobre uma licitação...”

!!!!???


Acho que são uns 19 ou 21 Desembargadores, e ele nem escolheu um...


Bem, deu pra ver, não era preciso ser um expert para saber que as faculdades mentais da peça não passavam de uma escola de ensino fundamental... ¬¬ (ah, foi boa, vai...).

Rapidamente o atendente o indicou o balcão das atendentes, mas ele foi pro outro guichê, e novamente mandou: “Quero marcar uma hora com o Desembargador, quero reclamar sobre uma licitação...”


Ali o despacho demorou um pouco mais.... enquanto aguardava outro dispenser, o punk dirigia palavras mudas a quem passava... isso mesmo, ele não falava, só mexia os lábios... teve um dizer que eu li, inclusive... ele falou que a gravata do cara era horrorosa (rsrs) ... e olha que era uma preta e lisa...


E foi aí, nesse momento que ele sacou que eu tava manjando a situação, gelei! Mas graças, dei um passo a frente na fila, saí da vista dele e tudo seguiu normalmente, nem sei se ele entrou de fato no TJ ou se a queixa dele teve ouvidos...


Só sei o seguinte – e lá vem mais um mega-clichê, super clichê nesse bloginho aqui:

Pô, se até um zureta, xarope, tem peito de pensar em ter visto algo errado em alguma esfera da Coisa Pública e procurar um canal de comunicação para levar a cabo aquela prevaricação, o que nos impede?






MÚSICA A CALHAR:

“This is Just a punk rock song, written for the people Who can see something wrong!” (Punk Rock Song – Bad Religion).

Ah! Mas aqui, eu juro tá, isso aconteceu hoje... sério, cara louco... deve ser concurseiro.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Seu Tempo, Senhor!

Esses dias, lendo o século diário, me deparei com uma frase: “A inteligência é o único meio que possuímos para dominar os nossos instintos”. (Sigmund Freud).

Nem sei quem é Sigmundo Floyd (Tá, eu sei. Mas não sei, entende?), só sei que que eu, presunçoso que sou, percebi que já havia sintetizado essa conclusão, insofismável (ó!), há muito.

Meu bordão favorito (e próprio, e único!) é: impulsividade é burrice!

Pois é a mesma coisa que o psicanalista de Viena disse.

Em caminho inverso, esses dias vi um cara sintetizar algo que sinto, e que nunca consegui, como ele, levar a termo.

Foi Drummond que, de maneira que não posso (não consigo) reproduzir, disse que a vida passa depressa.

Não disse em forma de poesia, como seria imaginável. Disse numa entrevista, enquanto contemplava o pôr do sol no Arpoador (acho que era lá...), com sua careca, paletó e gravata, ou seja, no alto de sua formalidade e experiência, com propriedade.

Disse que quando a gente vê, já passou... os filhos cresceram, as plantas morreram, a pele caiu e o sonho (ah, o sonho...) passou... (bem, ele não disse isso, eu é que dei de poeta agora).

Pois é, à frente nós temos uns 85 anos de vida.... à frente da data em que nascemos, porque à esta altura, me falta pouco mais da metade...

Bem, antes que o papo comece a ficar (mais) chato, já digo logo que não estou aqui para dizer a vocês o sentido da vida (um dia eu falo, juro... mas com a Brahma por perto) ...

To aqui pra dizer que um ano se passou ... o caras foram presos, segundo Obama, Lula é realmente o cara, a crise passou, dizem que Casteglioni não vai tão bem e eu continuo a usar carteirinha falsa no cinema ... enfim, vivamos a vida, com o açúcar que lhe convier...





MÚSICA A CALHAR:
"Tempo amigo seja legal/Conto contigo pela madrugada/Só me derrube no final" ("Sobre O Tempo" - Pato Fu).

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Só coisa boa!

Duas coisas muito boas: ajudar os outros e ver filme.

Tem coisa mais bonita que doar sangue? Não, fala sério?
Tá, tem... mas doar, sangue, órgãos, etc. ajuda tanto, nós nem podemos imaginar...


Então, você sabia que existe uma lei no estado que dá direito a meia entrada a doadores de sangue?

É velinho, tem!
Pronto! Não precisa mais fingir que é estudante... é só doar sangue e pimba! Você faz seu registro e tem direito a meia-entrada!

A Lei é a de no. 7734 de 2004 e está em vigor, mesmo tendo o babacão tentado derrubá-la. Perdeu! Tomou!

Então, aproveite, doe sangue e veja um filme!

A propósito, muitos bons em cartaz (esse post vai ficar velho, aí você procura no DVD, sem meia entrada), como por exemplo, Caramelo.

Esse é para quem tinha o estereótipo da mulher subjugada do oriente-médio. As personagens parecem nossas vizinhas, de bairro próximo, de cidade ao lado... ninguém negaria que se trata de um enredo que passa numa cidade da América Latina, mas não, é Beirute, no Líbano. Se bem que, o que isso importa. O que importa é que é belo filme.


Mas os filmes que têm me chamado atenção são os documentários músicais brasileiros desse ano.

Perdi o Titãs, logo, não posso falar nada.
O do Simonal, cara, é do caralho! Que artista, que brilho!! Sempre fui fã desse cara, canta muito!
Mas maneiro mesmo é se dar conta da grandeza dos Mutantes vendo o Loki, conta a história do cabeça da banda: Arnaldo Baptista.

Descobri os Mutantes na mesma época que o Wilson Simonal.

Em que pese minha renite, sou um cara que gosta de coisas com cheiro de velho. Nada como dois expoentes desses. Ícones, motivos de orgulho de nossa cultura.

Vendo esses filmes dá gosto de ser brasileiro (e isso também é coisa boa).

Ver como esses caras sofreram é lição de vida, recomendo os filmes a todos os doadores, que, de uma forma ou de outra, também dão lição.

A propósito, gosto muito do Nirvana, mas não recomendo o do Kurt ... quero lição de vida!









MÚSICA A CALHAR:
"Amor sem palavras/Cinema mudo/Não falo nada você sabe tudo...." ("Cinema Mudo" - skazeira do Paralamas do Sucesso*)


* não fui nesse último show em VV, poutz...

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Correrás, correria.

Há tanta gente que não aproveita a vida…
Não estou falando de quem não se dá ao luxo de se divertir, não.
Estou falando de quem num simples olhar pela janela não vê coisas, boas, ruins, péssimas e ótimas e não sente com isso.

Por exemplo, fui correr no calçadão ... você pode me dar mil DESCULPAS para não fazê-lo; e eu te dou uma RAZÃO: a vida!

Você vê a terceira idade cuidando da saúde...
Vê as crianças chorando porque caíram da bicicleta; em seus curiosos skates de duas rodas; acompanhando pai, mãe; voltando da escolinha de beach soccer...
Vê coroinhas com mais gás que você; e jovens que se arrastam, sem gás nenhum
Tem também um traveco bizarro que passeia sempre com dois cachorrinhos ridículos (se não é traveco, é uma muié feia a vera)...
Você encontra gente mantendo a forma; recuperando a forma e outros tentando chegar em alguma forma.
E os movimentos de braços? Tem braços encolhidos; tem gente que parece que ta nadando; tem gente que mexe só um braço; tem gente que parece que mexe mais os braços que as próprias pernas...
Tem gente que caminha fumando...
Tem uns parados, namorando...
Hoje vi uma moça orando. Orando ou meditando? Ah, vai, é a mesma coisa...

Exercício faz muito bem. Libera serotonina que é uma beleza!!

Enquanto corro, ouço música. Hoje tocou, entre outras:

Flores Astrais – Secos e Molhados;
I want Some – Beastie Boys;
Dr Robert – Beatles;
By the way – Red hot;
Kerosene – Bad Religion;
Open Letter (to a landlord) – Living Colour;
Tempestade – Maskavo Roots;
The Kids don`t stand a chance – Vampire Weekend;
Linguagem do Adulante – Novos Baianos;
Days of week – Stone temple pilots;
Here comes your man – Pixies.

Olha só que trilha!
Nem medo de pagar mico eu tenho. Canto, pratico air drums, enfim...

O negócio é esse, não tem como correr, tem que correr! Sua qualidade de vida agradece.










Música a calhar:

- E precisa de mais?
- Preciiiiisa...
- Então vai:

"Ya running and ya running/ And ya running away.
Ya running and ya running / And ya running away.
Ya running and ya running / And ya running away.
Ya running and ya running,
But ya can't run away from yourself
Can't run away from yourse" ("Running away" - Robert Nesta Marley. Corre não, bobo, corre não, vai...)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

De lua!

Me lembro como se fosse hoje.

Eu, ainda tomando noção das possibilidades humanas, fiquei maravilhado com a televisão celebrando os vinte anos do homem na lua .
Meu pai me dizia o que estava fazendo naquele dia de 1969, o Repórter Esso dizia: “Cabo Canaveral, Flórida”; e eu via impressionado todo aquele noticiário (mais impressionante é como as crianças de nove anos, hoje, são bem menos ingênuas...)

Naquele dia eu tinha um assunto para puxar no meio dos caras mais velhos. Era batata que falando algo sobre o “moon landing” as pessoas me dariam moral numa roda de papo com carinhas 3 ou 4 anos mais velhas.
Ledo engano, bastou eu dar início ao tema para alguém me frustrar em dobro, primeiro por fazer do meu assunto algo desprezível, e segundo para minimizar o tal feito, assim: “aquilo tudo é truque, ficção”.

E eu: “como assim?”.
E a resposta: “os melhores filmes não são os americanos? Então...”

Naquele dia soube que havia uma possibilidade: os americanos fizeram o mundo acreditar que pousaram na lua.
Nas escolas, mais tarde, aprendi que a corrida espacial entre USA x CCCP decorria da Guerra Fria.

A história nos mostra que os norte-americanos levaram amelhor. Tiveram mais influêcia política no mundo, mas isso vem mudando...enfim.

Neste mês comemoram-se 40 anos da divulgação dessas imagens espetaculares e 20 anos da minha frustração infanto-juvenil.

Hoje em dia, me afilio à tese de que o homem não foi à Lua. Primeiro porque me afilio a qualquer teoria conspiratória, e segundo, porque vi a Série da FOX (TV Americana) que se intitula “Nós pousamos mesmo na Lua?”, a qual recomendo a todos.

Mas essa opção não se dá por questões científicas - até mesmo porque, minha ignorância impede esse juízo - ou muito menos por eu compartilhar de raciocínio que vi na TV esses dias ("eu não acredito que o homem foi na lua, porquê, senão, ele também deveria ter ido no sol").

Não acredito porque, vocês sabem, o marketing está aí para nos convencer e alguém precisava sair vencedor da corrida espacial, alguém precisava mandar no mundo. Nada como a televisão e os jornalistas, e um presidente corrupto, que renunciou, para enganá-lo.

Aliás, esse assunto nem me inspira tanto. Hoje em dia, nem me causa espécie se fomos ou não no corpo celeste dos poetas, é uma simples questão: se você acredita, eles puseram o homem na lua. Se não, não puseram.

A calhordice do Poder caiu na vala comum, é regra. Não me surpreende a enganação dos que têm.

Vamos fazer o seguinte: deixemos a Lua lá. O Obama lá. O Lula lá. E nos contentemos em adimirá-la, que é muito mais interessante. E só voltemos a falar nisso depois da resposta à seguinte pergunta: Eram os Deuses astronautas?










Música a calhar:
"Tendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutua/Merecia a visita não de militares, mas de bailarinos/E de você e eu.." ("Tendo a Lua" - Paralamas do Sucesso, no Brasil, Police, na Inglaterra e Sublime, na California)

sábado, 25 de julho de 2009

Ela me ligou...

Pois bem, ela me ligou...
Às 4h d manhã, durante um sono levemente pesado, era ela...
Mesmo sendo de número restrito, confidencial, sei que era ela...
Não atendi, mas óbvio que era ela...

Pois só ela me deixa em claro, como fiquei então...
Só ela me faz pensar em tudo, ao mesmo tempo, como então fiquei...
É ela quem me faz duvidar de minha prórpria sanidade, fiquei como então?

O que fiz de errado?
O que quis de errado?
Mal algum fiz ou quis.
Só ela me faz pensar assim.

A próxma vez em que ela ligar, não sei qual será.
Mas próximo está...
Aliás, se do quando não não há tendência, devo eu mesmo ligar para ela: a minha CONSCIÊNCIA.








Música a calhar:
"Pois só ela, me entende me acode/ Na queda ou na ascensão/ Ela é a paz da minha guerra/ Ela é meu estado de espírito/ Ela é a minha proteção/ Que pena ..." ("O telefone tocou novamente" - Jorge Ben, antes do "Jor").

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Ver verdade(s)...


Lennon autografando o álbum "Double Fantasy", onde está a canção "Mind Games", para Chapman.
Não sei se é só comigo, não sei se é sempre que isso acontece (se é todo mês ou toda semana), mas assistir aos jornais está cada vez mais assustador.

Por exemplo, ver em que se tornou o Senado da República (res + publis = coisa do povo), é deprimente. O público agora é, totalmente, secreto. Paradoxo sem graça, sô...

Mas o mais bizarro, mesmo, é a cobertura da morte do Rei do Pop, Michael Joseph Jackson.

Premeiro que o neguim morreu já faz uma semana e não enterram o cara (deve estar roxo...). Segundo é a encheção de saco que é a cobertura das picuinhas legais da excêntrica família Jackson. Terceiro é a fenomenal e multimilionária ... venda de discos? Nããããooo .... pessoas interessados no ingresso para enterro!!

Ah não, será possivi... eu sou do tempo do cortejo fúnebre, poxa, quer homenagem? Mete o presunto no carro de bombeiros e pronto.

Essa cobertura jornalística está pra lá de mórbida ... fico com pena e medo dos que não têm discernimento para acharem isso... isso, sei lá... nem eu sei o que achar... Liz Taylor disse ser "um circo".

Coincidentemente, em meio a toda essa pirotecnia midiática, que inverte o sentido da própria morte (duvido que no epitáfio de Michael Jackson esteja escrito, descanse em paz...), vi dois filmes sobre a morte de um super star muito mais interessante que o Jackson. Inclusive, o Michael era fã dele.

Quem seria? Adivinha? John Lennon (novitex...), pô, lógico!

Um é o “Capítulo 27” e o outro é o “O Assassinato de John Lennon”.

Muito interessante ver o que passou na doentia cabeça do Sr. Mark David Chapman, o canalha (nas palavras de Beto Guedes) que assassinou o Jonh, com cinco tiros, nas costas. A obsessão e o transtorno do assassino são impressionantes.

Tá, meio mórbido também... também não deixa de ser uma “venda de ingresso” para morte ... mas uma coisa é pirotecnia, outra coisa é ver até que ponto o ser humano pode descer na sua loucura.

Em um determinado ponto do filme “O Assassinato de John Lennon”, o personagem principal chega à conclusão de que não convém idolatrar tanto alguém (sempre lembrando, Chapman matou por estar se sentindo “traído” pelo ídolo, Lennon), pois a chance de se decepcionar é muito grande, ele se sente só nesse momento...

Aliás, vi novamente esses dias um dos melhores filmes que já assisti em minha vida, “Beleza Americana”, onde o ponto alto, para mim, é o momento em que a mãe (a mulher do Kevin Spacey, no filme) explica à filha que na vida não se pode contar com ninguém, a não ser consigo mesmo ...
Tanto a reflexão de Chapman, quanto o ensinamento materno do filme têm o mesmo sentido: no mundo, você está só, ele não para para (reforma ortográfica dozinferno!) você catar seus cacos, conte com você, faça sua parte, e se tiver ajuda de alguém, é sorte!
Quem me dera esse belo filme tivesse sido feito na década de 1970, e Mark Chappman tivesse extraído essa lição...).
Acho que tem gente que vive a vida toda e não aprende isso. Também deve ter gente para qeum não se aplica esse tipo de lição, pode ter.

Pois é, isso tudo foi visto, e causou inspiração, na mesma TV que transmite o pai presenteando o filho com um ingresso .... de funeral.










MÚSICA A CALHAR:
“I'm your truth, telling lies/ I'm your reason alibis/ I'm inside, open your eyes/ I'm you/ Sad but true ….” (“Sad but true” – Metallica).

terça-feira, 30 de junho de 2009

Um brinde à exceção, das regras!

Quando me propus a fazer um blog as pessoas me disseram: “boa sorte! Você vai desistir no terceiro mês”.

Me relataram que “manter a cria atualizada” é um desafio para o blogueiro. E é.

Assim, criei um critério, uma regra: quatro posts por mês.

Como vocês, a massa de 06 pessoas que me lêem , podem ver, não cumpro isso...

Coincidentemente, hoje, dizia meu Orkut que “Se você obedecer a todas as regras, vai perder toda a diversão”. Concordo, um pouco constrangido por ser advogado.

Pô, praquê a gente inventa tanta regra, tanta coisa pra nós mesmos? Sobrecarga vã!

Nada é tão fixo, engessado assim. Tudo é conversado, meu amigo.

Por exemplo, um tabu de anos caiu no domingo que o Brasil ganhou de três da Itália (agora, esses dias, na Copa das Confederações).

Não sei se vocês ouviram, mas o Arnaldo César Coelho (aquele que toma espinafrada atrás de espinafrada do Galvão) disse: “a regra deve ser interpretada pelo árbitro.”

Vem cá, e o bordão clássico, axioma da TV brasileira, “a regra é clara”? Aquele que por anos deu a impressão de que o que estava escrito na regra só contava com uma interpretação?

Tenho uma birra de frases feitas, de coisas prontas... quem falou que “perguntar não ofende”? E tantas outras coisas que os preguiçosos reproduzem por pura covardia...

Isso me remete à questão do zodíaco. Quer coisa mas babaquara que signos?

Alguém já me disse que é pura idiotice jogar nosso futuro nas mãos das estrelas. É mesmo, elas estão lá no céu desde os primórdios no universo. E você, o subnitratdo do coco do cavalo do bandido, é influenciado por elas, convenhamos...

Algum especialista em astrologia (ohh!!) me disse que quando se age você incorpora todos os signos do zodíaco... então vem cá, a pessoa do signo Dinossauro com ascendente em Hipopótamo só encarna essas características específicas quando está parada? Dormindo?

Para quem crê nisso, uma sugestão: leiam seu signo logo após, ou antes, de ler as dicas do que “’E Chique” e do que “É o Fim”, feitas pelo "autorizadíssimo" Wesley Sathler...










MÚSICA A CALHAR:
“O destino pode mudar com o vento, nada é tão planejado assim. Certo, inatingível, como eles parecem dizer...” (Coincidência e Paixões – O Rappa, em seu melhor disco, o primeiro).

terça-feira, 12 de maio de 2009

Ativo e Passivo

Não, não se trata de um texto de cunho sexual; das ciências da Administração ou da Física (aquela onda de pilhas, pólos...).

Ativista. É sobre isso, ativismo!

Eu sempre ouço isso: “'num sei' quem é ativista...”. O que é isso, “ativista”? É o cara que age, atua, tem atividade. Lógico, pô!*

E a outra palavra, “passivo”? É justamente quem não tem iniciativa, quem não age.

Pois é, tanta coisa que acontece à nossa volta, né? Coisas das quais nós não nos sentimos responsáveis.

Por exemplo, as noites têm sido mais frias... esses dias, no trajeto de Jardim da Penha até à Praia do Canto, em 2 KM, vi um monte de grupos de mendigos na rua. Cara, imaginem o perrengue que esses irmãos passam?

Seja para fazerem as necessidades, dormir, comer, viver... Eles vivem? O que é viver, afinal? (ih...)

I look at all the lonely people...

Uma coisa que sempre me intrigou é o indigente. Me dá dó, sério.

O cara vai ficar velho, pútrido, a sociedade e o Estado vão ignorá-los, enquanto isso, com o perdão do discurso clichê, estão os Deputados, em sua Comissão de Ética, pouco se lixando para a opinião pública (nunca vi tamanho suicídio político!).

Agora me diga, o que você faz pelo social, pela sociedade, por todos nós?

Pois é, eu também, quase nada ...

Aliás, tem uma coisa que eu faço, uma coisa que já me dá o direito de me qualificar como "ativo" e não "passivo" (sem piadinhas óbvias, hein...), e é pela Mata Atlântica.

Mas ó, eu miro, bem miradinho, no ralo...







MÚSICA A CALHAR:

“Porrada! Nos caras que não fazem nada!”
(Porrada – Titãs, no “Cabeça de Dinossauro”, o "Revolver" da banda paulista!)


*Eu sempre fico intrigado com as palavras, o significado delas. Por exemplo, você já parou para reparar a palavra “Restaurante”?

domingo, 26 de abril de 2009

Uma questão de Princípios, meio e Finn.

Retomando o papinho de alguns tópicos atrás, volto a pensar no motivo de eu ter feito um blog (até mesmo porque, tenho estado tão ausente* daqui, que até faz sentido me questionar).

Pô! Mas que coisa besta! Basta ler a descrição dele que se percebe. Serve para eu difundir minhas idéias pessoais sobre as coisas que existem por aí, paranóias, viagens psico-bélicas que eu julgue pitorescas, vai que alguém concorda, ache graça, sei lá ... meio vontade de aparecer.

Pois bem, passada essa reflexão que não serve para nada, vamos à nóia da vez... o tal do computador, com-Puta-dor (meio Bial isso...), maquininha que tem possibilidades e utilidades ainda não totalmente exploradas, mas que arranca muito tempo de vida das pessoas.

Eu fico chocado com a responsabilidade que pomos nessa máquina, me dá calafrios.

Como se sabe, os computadores podem sofrer ataque de vírus (?) ... mas ufa! Graças a Deus, todo mundo também sabe: existem empresas que fabricam os anti-vírus. Tá... agora me convença que quem cria vírus não é que fabrica o antídoto.

Hoje em dia tudo é culpa do "Sistema". É o grande vilão dos nossos tempos.

Você vai ao banco: "não foi possível completar a operação, o sistema tá fora do ar...".
No Fórum: "não dá para dar andamento no seu porcesso, o sistema do Tribunal está parado..."
Na padaria: "senhor, seu cartão não passou, sistema..."
Na passeata o cara do megafone diz:"a culpa é desse sistema capitalista, de banqueiros, juízes e padeiros exploradores!"

Falando em computador, tecnologia, sistema e tal, uma coisa que me deixa ultra-cabreiro é a urna eletrônica.

Voto é obrigatório (sou contra), universal (sou a favor) e secreto (sou a favor e contra, já explico). Esses são princípios que regem o exercício do Direito de Voto.

Se são princípios, devem ser respeitados. Mas no caso da urna eletrônica, o segredo vai para as cucuías...

Bicho, não sei se vocês lembram, mas quando se vota, você digita o número do seu título de eleitor antes. Onde está o sigilo? Naquilo ali nego manja seu voto. Pra mim tanto faz, porque eu sempre revelo meu voto (expliquei...).

Será que a esperança do Brasil, o Ministro de Ébano, Joaquim Barbosa, como próximo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, vai trazer alguma podridão sobre esse sistema?

Me valendo de estudioso de verdade, isso tudo algum dia vai é explodir é na nossa cara**.

Tem gente que vive por conta de virtualidade. Ama, chora, ri, namora, briga, faz tudo, por de trás de uma tela de computador, “saia às ruas!”.

Eu sinto é falta de votar no papelzinho (peraí, eu já votei assim?), não tenho a menor pressa de saber resulado de eleição.

Essa vida virtual me parece tão sem açúcar, sem sal, e artificial quanto um adoçante.








MÚSICA A CALHAR:

“[...] queremos viver / confiantes no futuro / por isso de faz necessário / prever qual o itinerário da ilusão / a ilusão do poder / pois se foi permitido ao homem / tantas coisas conhecer / é melhor que todos saibam / o que pode acontecer [...]” (“Queremos saber” – Música de Gilberto Gil na voz de Cássia Eler).

* Taí, paradoxo, estar ausente...

** ‘Nós criamos uma civilização global em que elementos cruciais - como as comunicações, o comércio, a educação e até a instituição democrática do voto - dependem profundamente da ciência e da tecnologia.
Também criamos uma ordem em que quase ninguém compreende a ciência e a tecnologia. É uma receita para o desastre. Podemos escapar ilesos por algum tempo, porém mais cedo ou mais tarde essa mistura inflamável de ignorância e poder vai explodir na nossa cara.”
Sagan, Carl - O Mundo Assombrado pelos Demônios (The Demon-haunted World),
Cia das Letras, 1997, Sao Paulo, pg. 39
Fonte: Voto Seguro

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Ponto nas vistas. . .

Embora ouvisse por aí, a palavra Blog demorou a entrar no meu vocabulário.

Somente percebi que deveria conhecê-la quando fizeram na TV uma piada com o termo e eu não achei graça... por que não entendi.

Conheci, então.

Quando pensei em fazer um Blog, por sugestão de um amigo, pedi a opinião de outros, que disseram: “coisa de Mané...”.

Insisti e fiz.... e gostei! (Logo, sou Mané! – na visão de alguns... inclusive na minha).

Enfim, nem sei porque estou dizendo isso ... Ah! Lembrei!

É porque, quando fiz, pensei em "o que" por no meu Blog, e o que segue abaixo não é exatamente o propósito dele, mas vai....

Vai com uma aspa, pois é uma auto-citação (inventei, aqui eu posso*!):


‘As vezes eu ponho muita razão onde tem que ter amor,
As vezes muito amor onde poderia ter razão.
As vezes, nenhuma das duas coisas,
E tem um monte de gente por aí que faz igual ....`




MÚSICA A CALHAR:
“E no mais, tudo na mais, perfeita paz. Sendo que eu assumo isso, mesmo quando se diz que já acabou , ainda quero morrer de amor.” (Vagabundo não é fácil – Novos Baianos)


*O bom do Blog é isso!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O calor faz encolher.

Gente, vamos falar sério agora. Que raio de calor é esse em Vitória? Tá muito quente!! E eu, no meu uninho sem ar condicionado, de terno, asso pelas ruas da capital. Tenho que aproveitar logo essa redução de IPI para adquirir um novo automóvel com essa dádiva que, como já foi dito por alguém, deveria ser um direito fundamental.

Aliás, ar condicionado em carro, no verão – novamente parafraseando alguma outra pessoa –, é uma questão de higiene.

O pior, no escritório onde trabalho eu nem posso reclamar disso em voz alta que nego fala: “pô, mas você é de Cachoeiro...”.

Como se Cachoeiro fosse a filial do inferno (filial não, é só uma sucursal...). Eu, particularmente, acho Vitória muito mais quente.

Cachoeiro, a nossa Atenas capixaba, é incrustada no Vale do Rio Itapemrim, por isso, desafortunada na questão eólica. Mas, Capital Secreta do Mundo que é, já tentou resolver a temperatura por meio de uma engenhosa obra, que fez a cidade ser ainda mais folclórica: a torre do Divino Espírito Santo, que fazia chover.

Em verdade, o que essa torre fazia era só uma lama e não diminuía a temperatura do centro da cidade. Pois bem, foi alvo de uma Ação Popular, onde o então administrador da obra foi condenado (deve ter recorrido...).

Enfim, voltando ao ponto, em Vitória o calor é senegalês, maior que o vapor que emana do solo cachoeirense que, convenhamos, em razão de ser uma capital mundial, tem estações bem definidas, por isso representa o mundo dessa forma.

No Verão: o calor é semelhante aos dos desertos do Oriente Médio, aliás, as famílias Sírio-libanesas predominam no histórico da cidade.

Na Primavera: os Flamboyants florescem, com isso, o aspecto da cidade se assemelha as ilhas do Oceano Índico, a Malásia é aqui...

No Inverno: o intenso frio matinal e noturno, e o fog que faz o Itapemirim parecer o Tâmisa, lembra-nos Londres.

No Outono: representamos o Brasil mesmo, os pés de jenipapo, carregados do fruto, me fazem imaginar os indígenas deleitando-se e desdobrando toda a potencialidade do mesmo.

Gente, vamos falar mais sério ainda agora? Ser bairrista, por Cachoeiro, está cada vez mais difícil, a cidade está abandonada, não tem uma estruturação ou planejamento urbano, é caótica... a juventude não tem lazer, não tem alternativa, o crack assola.

O que a alternância de poder não fez com a minha cidade, hein...

Depositamos muita fé na nova administração, Vitória começou a ficar bem estruturada com a administração do mesmo partido que chefia o executivo cachoeirense... será que agora vai?

O povo escolheu, agora o povo espera... senão, o calor de Vitória sempre será mais suportável que o de Cachoeiro... e saudades perderão o sentido.




MÚSICA A CALHAR:
“Eu passo a vida recordando, de tudo quanto aí deixei, Cachoeiro, Cachoeiro vim ao Rio de Janeiro p'ra voltar e não voltei!” (“Meu Pequeno Cachoeiro” – de Raul Sampaio, na voz de “Roberto corta essa, lugar de dragão é na caverna...”)

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Meio Homem, não é um.

Não, não é um texto homofóbico.

Certa vez, lá pelos idos de 1989, eu na 3ª série, com 09 anos, lia um livrinho desses de escola quando me deparei com a expressão “meio termo”. Não a compreendi.

Na sala de aula perguntei à professora (Tia Ângela, talvez), mas ainda assim não fui capaz de compreender o significado daquele termo.

Os anos foram se passando e eu fui vivendo. Minha mãe sempre dizia: “Tudo de Victor é muito!” “Quando ele quer algo, ele quer muito!”.

Assim foi com os Beatles, com o Flamengo e com bonés da NBA.

Ou seja, um cara 8 ou 80. Sem meio termo, coisa que minha cabecinha dura demorou tanto a compreender.

Mais tarde, ao entrar na Faculdade de Direito, comecei a ver como se desenvolvia a ratio humana. Como se criam mecanismos para atender os anseios da alma.

Por exemplo, o Processo, meio para se chegar mais próximo da verdade, é composto de partes: Autor, Réu... O Estado-Juiz é o ente criado para compor os conflitos de "verdades".

Se você samear uma bordoada na fuça do sujeito que te lesou, você vai preso! O certo - a grosso modo - é lançar mão do aparato jurisdicional para que um magistrado expeça um mandado de prisão para que, aí sim, oficialmente, a polícia sente a borracha (sem visões românticas, por favor!).

O Estado-Juiz, no início e no fim das contas, é o aplicador do meio termo. Diante de realidades extremas (Autor x Réu) ele diz a lei e, de preferência, ajusta os interesses e chega a um termo razoável. Dar razão a quem tem razão, mas antes, incentivando a conciliação. Conciliar é chegar a um meio termo.

Opa!! Sem visões românticas!! O Estado-Juiz faz isso? Sim, faz isso. Desde que você contrate um advogado filho de Desembargador.
Generalização a parte e que me desculpe o Juiz De Sanctis.

Um membro corrupto do Executivo ou do Legislativo é intragável. Mas um do Judiciário é pior ainda, porque é ele quem diz a lei no caso concreto, é ele, em última análise, quem vai julgar aquele membro do Executivo ou do Legislativo.

Para o homem (na acepção moral do vernáculo), com corrupção não há meio termo, não existe um meio corrupto. Aí é 8 ou 80, 2 + 2 =4 e ½ = 0.



MÚSICA A CALHAR:
“Take time with a wounded hand / 'Cause it likes to heal, I like to steal / I'm half the man I used to be / This I feel as the dawn / It fades to gray / Well, I'm half the man I used to be” (Creep – Stone Temple Pilots).